Olá, meu amigo(a) leitor(a).
Hoje vou falar um pouco sobre a importância da formação de jovens e adultos, sobretudo no campo das chamadas tecnologias da informação e comunicação (TICs).
Vários especialistas e estudos apontam que, dentre os principais entraves ao desenvolvimento econômico brasileiro, destacam-se: o frágil ambiente de negócios, a elevada carga tributária e a capacitação de nossa mão de obra. De fato, se por um lado o excesso de burocracia, as condições do sistema de transportes e o custo da energia são algumas das travas que nos impedem de crescer a taxas mais rápidas. Além disso, aqui o setor produtivo paga muito em impostos e o retorno desses recursos à sociedade deixa a desejar. Finalmente, enfrentamos o grave problema da capacitação de nossa mão de obra, que é considerada baixa, fato que pode ser explicado pelo precário nível educacional e formação profissional no Brasil dos nossos jovens.
Há décadas o Brasil enfrenta problemas de escassez de formação de profissionais qualificados para atender as demandas do mercado de trabalho. Isso afeta todo o tecido social e econômico. Não há dúvidas que falta desses é uma das causas dos baixos níveis de produtividade, fato que também explica o baixo nível de renda das famílias e nosso PIB per capta. Embora figuremos entre as 10 maiores economias do mundo, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), quando medido em dólares, o PIB per capita brasileiro se encontra na 79ª. posição no ranking global.
Em certos segmentos de atividade o país enfrenta graves problemas relacionados à formação profissional, e esse tende a se agravar, devido aos elevados níveis de evasão escolar e também no ensino superior. Esse problema é particularmente preocupante e se intensificou durante e após a pandemia.
Infelizmente, a questão da formação profissional é um problema crônico e tende a perdurar. Mesmo antes da pandemia, estudos realizados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Educação apontavam que a necessidade de trabalhar constituía a principal causa assinalada por jovens entre 14 a 29 anos para abandonar a escola. Cerca de quatro a cada dez jovens (40%) afirmaram ter deixado de concluir o ensino médio devido à imperativa necessidade de ingressar no mercado de trabalho. O baixo nível de ensino e de qualificação para o trabalho explica a baixa produtividade da mão de obra e dos salários. Como resultado esse ciclo tende a se repetir, geração após geração.
Isso é particularmente crítico se considerarmos que a escassez de jovens e adultos com formação tecnológica ocorre no contexto de um mundo marcado por constantes e rápidas mudanças, sobretudo em função do grande desenvolvimento, emprego e adoção das tecnologias da informação e comunicação (TICs), nas mais diversas áreas produtivas, de lazer e de consumo.
Como muitos colegas que, assim como eu, atuam no mercado e também na área de ensino advogam, os jovens devem, desde cedo, ser atendidos, tomar contato e/ou desenvolver habilidades em ao menos cinco linguagens: língua portuguesa, matemática (afinal, na visão de muitos colegas a matemática encarada dessa maneira), inglês, informática e ao menos uma linguagem de programação computacional (nos últimos anos estão muito em voga o Python e a linguagem R). Também não posso deixar destacar que é importante que os resultados do aprendizado dessas linguagens tendem a ser potencializado com o desenvolvimento das chamadas soft skills (habilidades comportamentais e de comunicação) pelos jovens e adultos.
Atualmente, o uso e difusão da inteligência artificial (IA) e seu emprego em inúmeras áreas, é uma realidade e tende a acelerar, não apenas no campo da produção de bens e oferta de serviços, mas na forma de alcançar e influenciar o comportamento dos mais diferentes tipos de consumidores por meio do emprego de estratégias de marketing digital.
Dentre outras atividades, atualmente leciono informática para alunos da Etec. Dr. Emilio Hernandez Aguilar, localizada no município de Franco da Rocha, região metropolitana de São Paulo. O projeto está dentro do Programa QBFic, liderado pela Profa. Marisa Sousa, coordenado pela Profa. Elaine Pereira Nunes e atendido pela Profa. Fernanda Marques.
Além de contar com ótima infraestrutura, percebi que a escola conta com professores, quadro técnico e alunos motivados, esses últimos ávidos em aprender e, quem sabe, desenvolver uma carreira exitosa na área de TICs.
O Brasil precisa disso, haja vista que conforme estudos realizados e divulgados pelo Google em meados de 2023, um dos principais desafios do mercado de tecnologia da informação será o agravamento da oferta de pessoal qualificado. Estima-se que, por volta de 2025, haverá um déficit de 530 mil profissionais nessa área.
Ora, 2025 já está quase aqui…
Marcello Muniz é economista e mestre em Engenharia pela USP. Com 20 anos de experiência profissional, é perito judicial, atua como Analista de Negócios junto à Data Science Business Management (DBSM) e é professor de Economia junto à Unifaccamp (de Campo Limpo Paulista) e Faculdade Impacta de Tecnologia (FIT).
Atuou como pesquisador da Divisão de Economia e Engenharia de Sistemas do IPT (DEES), consultor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Analista de Projetos da Fiesp.
Apaixonado por temas relacionados a políticas públicas e economia, participou na qualidade de coautor de 13 livros, entre esses: Política Industrial (Jornal Valor Econômico), Outward FDI from Brazil and its policy context (Vale Columbia Center on Sustainable International Investment), Gestão da Inovação no Setor de Telecomunicações (Fapesp) e Ressurgimento da indústria naval no Brasil: 2000-2013 (projeto-Ipea-BID).
Parabéns mestre Marcelo, sua aula é bem transparente, motivadora e a ciência da importância e necessidade de abraçar o quanto antes o conhecimento e prática desta área tecnologica.
Parabéns Professor, adorei sua aula, dinâmica, prática, como exemplo simples e fácil de entender.
Espero aprender muito durante as próximas aulas