Dados apontam aumento expressivo nos protestos de dívidas em cartórios e pressão sobre o caixa das gestões condominiais

Alta nos atrasos e nas taxas

A inadimplência condominial no Brasil voltou a crescer no início de 2025. Segundo levantamento da plataforma uCondo, o índice subiu de 12% para 17% no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, a média nacional das taxas passou de R$ 493,81 em 2024 para R$ 507,51 neste ano.

Protestos em cartório se multiplicam

No Estado de São Paulo, o número de protestos por dívidas de condomínio mais que dobrou entre janeiro e março, em relação ao mesmo trimestre de 2024. Foram 1.219 registros em 2025, contra 569 no ano anterior, segundo o Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil – Seção São Paulo (IEPTB-SP). Em um intervalo de cinco anos, o aumento supera 700%.

Para Marcus Nobre, CEO da uCondo, o uso do protesto extrajudicial tem ganhado espaço como alternativa ao processo judicial.
“A inadimplência compromete o caixa e a capacidade de pagamento dos próprios condomínios, que funcionam como pequenas empresas. O protesto extrajudicial tem se mostrado uma saída ágil e de baixo custo, já que transfere a cobrança ao devedor e reduz a dependência do Judiciário”, afirma.

Aumento de custos pressiona moradores

Com a alta geral nos preços de produtos e serviços — incluindo educação e moradia —, as taxas condominiais também sofreram reajustes. Essa elevação impacta diretamente o orçamento das famílias e influencia a capacidade de pagamento mensal.

Dados da uCondo indicam que, ao longo de 2024, cerca de R$ 60 milhões foram transacionados mensalmente em taxas condominiais através de sistemas de gestão. O crescimento na inadimplência reforça a importância de mecanismos de controle financeiro e de cobrança para a saúde dos caixas dos condomínios.

Pix Automático começa a valer em junho

A partir de 16 de junho, entra em vigor o Pix Automático, nova funcionalidade do Banco Central voltada ao pagamento de contas recorrentes. O recurso permitirá ao morador autorizar pagamentos mensais via Pix, com limite de valor e periodicidade definida.

O sistema dispensa convênios entre bancos e administradoras, o que pode ampliar o alcance da funcionalidade e facilitar a regularização dos pagamentos. Para as gestões condominiais, a expectativa é de que a novidade melhore a previsibilidade financeira e ajude a conter a inadimplência.

“O Pix Automático é uma evolução natural dos meios de pagamento e traz um ganho de eficiência para plataformas de tecnologia voltadas à gestão condominial. Acompanharemos essa tendência junto aos nossos parceiros bancários, antes de integrá-lo à plataforma”, conclui Marcus.

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