Transformar a cultura em motor de desenvolvimento sustentável é compreender que o futuro mais promissor se faz com identidade, pertencimento e cooperação. A cultura é o solo fértil onde nascem as ideias, as expressões e as relações humanas que alimentam tanto a Economia Criativa quanto a Economia Solidária. Se o cooperativismo organiza o trabalho e fortalece a produção coletiva, é a cultura que dá a esse trabalho um sentido, ela nos comprova que produzir também é criar, compartilhar e celebrar a vida em comunidade.

Mais do que um setor econômico, a cultura é uma força estruturante. Quando promovemos ações culturais, festivais, feiras, oficinas, exposições ou rodas de saberes, estamos ativando uma rede viva de talentos, memórias e valores que gera emprego, renda e autoestima coletiva. A Economia Criativa floresce justamente onde há espaço para o fazer artístico e o pensamento inovador; a Economia Solidária se nutre do princípio cultural que ensina a compartilhar, cooperar e reconhecer o outro como parceiro, não como concorrente.

A sustentabilidade, por sua vez, não se sustenta sem cultura. Os quatro pilares do desenvolvimento sustentável, econômico, social, ambiental e cultural se entrelaçam na prática: é o pilar cultural que garante enraizamento, continuidade e sentido às transformações. É pela cultura que aprendemos o valor do consumo consciente, do respeito à natureza, da valorização da diversidade e da solidariedade entre as pessoas. Projetos culturais bem conduzidos transformam comunidades: um grupo de costureiras que cria uma coleção inspirada nas tradições locais, um coletivo de jovens que mistura arte e reciclagem, uma feira de produtores que vira ponto de encontro e troca de saberes.

Em Atibaia e região, temos inúmeros exemplos que mostram essa potência. Quando artistas, artesãos, agricultores, educadores e gestores se unem para criar espaços de convivência cultural, nascem novas oportunidades e uma economia mais humana. Cada oficina de arte, cada evento comunitário, cada festival de rua é também uma aula de cidadania, um exercício de pertencimento e uma semente de sustentabilidade plantada no território.

Cabe ao poder público, à sociedade civil e aos empreendedores criativos e solidários ampliar essas experiências articulando políticas culturais com políticas de desenvolvimento. Conselhos de cultura atuantes, editais regionais, capacitação técnica, pontos de cultura e redes territoriais são instrumentos essenciais para dar continuidade ao que hoje ainda floresce de forma isolada. A cultura deve ser vista como investimento estratégico, não como gasto secundário, pois onde há cultura viva, há também economia viva.

Cooperar para crescer, articular para desenvolver e cultivar cultura para sustentar. Eis o tripé que pode orientar o futuro da nossa região. Promover ações culturais é mais do que celebrar o passado, é fortalecer o pulsar do presente, é preparar o futuro. Cada iniciativa cultural é uma forma de resistência e esperança, um lembrete de que o desenvolvimento só é sustentável quando é também, profundamente, humano.

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