Prezado(a) leitor(a), a teoria macroeconômica sustenta que, ao formular e implantar políticas econômicas, o governo deve perseguir os seguintes objetivos: promover o crescimento do produto e da renda e garantir a estabilidade e o poder aquisitivo da moeda.

Você deve saber que quando a inflação é alta os salários perdem poder de compra. Por outro lado, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresce pouco, a taxa de desemprego, atualmente em 8,5%, tende a permanecer elevada e os níveis de consumo das famílias e de investimento das empresas tendem a crescer de forma mais lenta.

Não deve restar dúvidas que baixas taxas de crescimento do PIB e elevadas taxas de inflação são as principais patologias de qualquer economia. Para dar conta dessas, o governo pode empregar dois instrumentos de política econômica: Política Fiscal e Política Monetária. Enquanto a primeira afeta o desempenho da economia por meio da política de gastos do governo e determinação dos níveis de tributação, a segunda tende a afetar, por meio do nível da taxa de juros básicas da economia (taxa Selic), os níveis de consumo das famílias, C, e a taxa de investimento das empresas, I.

Via de regra, quando ocorre a contração na demanda, devido a quedas em C ou I, o governo tende a ampliar seus níveis de gastos, G, ou reduzir a carga tributária, T, como meio de estimular o nível de demanda da economia. O inverso ocorre quando os níveis de C ou de I são demasiadamente elevados, provocando a famigerada inflação, que corrói o poder aquisitivo dos salários.

Dados recentes divulgados pelo IBGE apontaram que PIB cresceu 1,9% no 1º trimestre de 2023, superando as expectativas do mercado. No entanto, é importante destacar que C, I e G cresceram no mesmo período 0,2%, -3,4% e 0,3%, respectivamente. O desempenho da agricultura foi o grande destaque, com crescimento de 21,6%, em contraste com o desempenho da indústria (- 0,1%) e setor de serviços (0,6%).

O fato é que a economia brasileira pós eleições e pandemia vive o dilema de baixa taxa de crescimento do PIB no contexto de inflação que ainda inspira cuidados. A previsão do mercado financeiro para a inflação oficial do país em 2023, medida pelo IPCA, está em torno de 6%. Considerando que a meta de inflação é de 3,25% para esse ano, com intervalo de tolerância de 1,5% para cima ou para baixo, e que a chance da inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%, o governo enfrentará grandes dilemas.

Por um lado, devido a introdução do novo arcabouço fiscal, o governo deve ampliar os seus gastos e a carga tributária, fato que tende a reduzir os níveis de C e de I. Por outro, o Banco Central, deve manter a taxa básica de juros em patamares elevados, também afetando níveis de C e I.

Mas vamos lá … nem tudo está perdido! Segundo a última ata (09/05) do Comitê de Política Monetária (Copom), devemos considerar o que vai ocorrer com os preços devido a pressões inflacionárias globais e incertezas quanto à eficácia do arcabouço fiscal e seus efeitos sobre a dívida pública (atualmente em cerca de 73% do PIB). Ainda segundo o Copom, certos fatores tendem a melhorar o cenário: possível queda nos preços das commodities em R$ e desaceleração da atividade econômica global – em parte resultante de políticas fiscais e monetárias mais restritivas adotadas nos EUA e Zona do Euro, que vivem o mesmo dilema de inflação alta e baixas taxas de crescimento do PIB. Finalmente, é importante destacar que as exportações devem crescer em 2023.

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6 Comentários

  1. Prof. Marcelo:
    Muito bom artigo, fácil de entender até para as pessoas de outras áreas.
    Um caloroso abraço!

    1. Obrigado. Vamos buscar esse entretimento? É fundamental.

  2. Parabéns Marcelo, estou muito feliz de ver o seu sucesso e também surpreso em ver as suas qualificações que são brilhantes. Desejo- lhe prosperidade e vida longa parabéns e tudo de melhor abraços.

    1. Silvio, obrigado. Não resta dúvidas, temos de aprender como a economia funciona. Abraços.

    2. Vamos estudar mais sobre economia, Rizzatp?

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