A propaganda já não é a mesma há muito tempo. A publicidade virou uma espécie de competição de gritaria. Somos impactados por anúncios a todo momento e em qualquer lugar. Cada empresa querendo chamar a atenção e invadindo os nossos momentos de lazer.

Há tempos que a publicidade parou de contar histórias, de entreter e ser original. Os anúncios começaram a ser repetitivos e pararam de prender a nossa atenção. Mas por que isso aconteceu? Existem alguns motivos que eu acredito que possam ser determinantes para isso:

  • A busca por vendas em um curto espaço de tempo. Com isso, não há tempo para criar uma história que leve uma marca a ser top of mind;
  • Com o avanço da tecnologia, ideias ruins se escondem atrás de anúncios esteticamente bonitos. E aqui, o problema não é a estética, isso sempre será importante. Afinal, aprendemos a admirar o belo (não o cantor). Mas sim, a falta de uma ideia que seja original e que entretenha o consumidor. Quanto mais um anúncio não parecer uma propaganda, mais o consumidor vai parar para ver uma propaganda;
  • Falta de planejamento estratégico das marcas. E aqui entramos em um circuito e voltamos ao primeiro item. Como as empresas pararam de pensar em longos prazos, tudo se resume a entregar resultados hoje. Com isso, temos menos tempos para construir uma marca que seja forte e desejada.

Pegando como referência o título desde texto, quantos comerciais de cerveja você se lembra? Aposto que são aqueles mais antigos, seja com o baixinho bigodudo ou um dançarino de lambada com uma pochete. Esses anúncios contavam uma história e nos prendiam em frente à TV. Outros entraram para a cultura popular e se tornaram jargões do nosso dia a dia. Tá, alguns não eram lá aquela “Brastemp”, mas, de vez em quando, você usa uma camisa bonita, não é, Fernandinho?

Comerciais que nos marcam são originais. E a originalidade não é ser diferente, é criar uma conexão com o nosso consumidor. É escrever um anúncio que faça as pessoas pararem para assistir, prestarem atenção e sentirem algo. Porque, afinal, não estamos apenas vendendo produtos, mas criando uma experiência única na vida de cada consumidor.

E é aqui que entra o entretenimento. Uma marca que sabe entreter conquista mais do que a mente, conquista o coração. Porque ninguém quer ver anúncios. Elas querem se desligar do mundo e fugir da rotina. A publicidade precisa entreter e tirar o consumidor da passividade, envolvendo-o em uma experiência, mesmo que por alguns segundos. Esse é o tempero que faz a diferença.

No final, não queremos ter o nosso momento de lazer interrompido. Queremos sentar e assistir nossas séries, filmes, novelas ou ouvir um podcast sem interrupções. E, se formos interrompidos, que seja de maneira inteligente e nos tirem do lugar comum.

Até a próxima semana.

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