Com 28,4 milhões de trabalhadores, setor responde por 26% das ocupações no país e amplia oportunidades com digitalização e qualificação

O agronegócio brasileiro segue se consolidando como o maior gerador de empregos do país, com 28,4 milhões de trabalhadores registrados no terceiro trimestre de 2024, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). O número representa 26% do total de ocupações formais e informais do Brasil no período.

Mais empregos que o maior estado do país

O volume de trabalhadores empregados no agro supera o total de ocupações registradas em São Paulo, maior economia estadual do país, que fechou o mesmo trimestre com 24,7 milhões de empregos, conforme dados do SIDRA/IBGE. O dado evidencia o papel estratégico do agronegócio na geração de renda e no desenvolvimento regional.

Transformação digital amplia oportunidades

Além do peso tradicional no campo, o setor vive um novo ciclo de modernização, impulsionado pela digitalização e valorização de áreas como logística, gestão, serviços técnicos e tecnologia.

“O avanço da digitalização no setor agrícola tem sido um dos principais fatores para esse crescimento, conectando toda a cadeia produtiva a novas possibilidades de negócios e criando novas demandas por profissionais especializados”, afirma Robson Rizzon, Chief Commercial Officer da Orbia.

Salários refletem profissionalização

De acordo com o Guia Salarial de Agro 2024, da Fox Human Capital, a remuneração acompanha a transformação do setor. CEOs do agro recebem entre R$ 60 mil e R$ 200 mil por mês (média de R$ 130 mil), enquanto CTOs têm salário médio de R$ 52 mil. Representantes Técnicos de Vendas (RTVs), peças-chave na operação, recebem entre R$ 8 mil e R$ 18.645, com média de R$ 13.842,50.

A área comercial se mantém em expansão constante. “Esse é um dos poucos segmentos que seguem contratando mesmo em tempos de retração, pois estão diretamente ligados ao desempenho das empresas”, destaca Rizzon.

Novos canais, novos perfis

A digitalização também impulsionou modelos de negócio como os marketplaces agrícolas, que passaram a conectar produtores a insumos, soluções financeiras e benefícios. A transformação beneficiou distribuidores, cooperativas, técnicos, consultores e representantes.

“Também temos representantes comerciais independentes atuando como afiliados, recomendando produtos e facilitando compras via plataformas. Isso amplia o alcance da cadeia agro e o potencial de empreendedorismo dos profissionais”, diz Rizzon.

Expansão exige mão de obra técnica

O mesmo levantamento do Cepea destaca a ampliação do mercado de agrosserviços e a necessidade crescente de equipes multidisciplinares. Com maior complexidade nas operações do campo à indústria, a demanda por profissionais qualificados nas pontas mais técnicas da cadeia segue em alta.

“Com o avanço da tecnologia, o agronegócio brasileiro não apenas fortalece sua posição como um dos maiores empregadores do país, mas também diversifica as funções disponíveis e cria novas oportunidades”, conclui Rizzon.

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