Palestra do economista no 20º Congresso da FACESP apontou pontos importantes do atual cenário macroeconômico brasileiro e fez balanço com estimativas para economia do País

O cenário macroeconômico e as perspectivas para economia brasileira em 2023 foram os temas da palestra do economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale. A apresentação ocorreu durante o 20º Congresso da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), em Atibaia, nesta terça-feira, 28 de março.

Em sua explanação, o ex-secretário da fazenda do município de São Paulo apresentou dados sobre a retomada da economia após o período da pandemia de Covid19, com indicadores como inflação, taxas de juros, recessão e a atual taxa Selic.

Para Megale, a grande questão, a partir da retomada da economia em 2022, tem sido o crescimento da inflação e o período de baixa atividade econômica durante a pandemia. “Distanciamento social, produção em baixa, mas com um aumento da demanda são efeitos colaterais do período da pandemia até 2021 que provocaram o aumento da inflação agora”, explica.

Por outro lado, o economista acrescenta que o Brasil teve bons indicadores e saiu firme da pandemia, mas teve variação cambial, o que causou uma inflação mais alta do que em outros países e obrigou o BC a aumentar a taxa de juros. “Além disso, a criação de empregos vem andando num ritmo mais baixo que o esperado”, afirma.

Caio Megale, durante o Congresso Facesp 2023. Foto: Elaine Lina

A perspectiva agora, segundo Megale, é a de uma recuperação da economia mundial. Desde 2022, estamos lidando com processo inflacionário com a volta da produção, maior fluidez do comércio, aumento da força de consumo e o controle das taxas de juros. “No entanto, existem cenários diferentes. Na Europa e nos Estados Unidos ainda estamos vendo a desaceleração, mas creio que no segundo semestre veremos redução de taxas de juro nesses locais e uma retomada do crescimento”, avalia.

Em relação à China, Megale acredita que a pressão do ocidente sob os asiáticos está aumentando. “A China é uma grande compradora de commodities, o que é muito bom para o Brasil, já que é um dos nossos principais parceiros comerciais”, comentou.

Em relação ao Brasil, o economista demonstra uma perspectiva positiva para este ano. “O Brasil gasta muito, mas tem um grande potencial como produtor de diferentes comodities, o que nos dá vantagem em relação aos outros países da América Latina”, diz.

Megale concluiu sua palestra falando sobre a importância de termos um arcabouço fiscal, como o que está sendo proposto pelo governo: “Expectativa de inflação e inércia inflacionaria são os riscos que tem pela frente no Brasil. O equilíbrio das contas públicas vai definir o ritmo e a intensidade do cenário inflacionário”, comenta. “Burocracia, incertezas jurídicas, carga tributária confusa e excessiva estão em debate, mas temos duas grandes discussões – o marco fiscal e o avanço da reforma tributária no congresso. Sou otimista com o potencial do país. O desafio é arrumar a casa no curto prazo”, complementou Megale.

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