Piora do índice afeta intenção de compra de bens duráveis e propensão a investir

O Índice Nacional de Confiança (INC), elaborado para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) pela PiniOn, registrou 99 pontos em fevereiro, recuando 2,9% tanto em relação a dezembro quanto na comparação com o mesmo período do ano passado.

Com essa queda, o indicador entrou na zona de pessimismo (abaixo de 100 pontos) pela primeira vez desde junho de 2024. O levantamento foi realizado com uma amostra nacional de 1.679 famílias, incluindo residentes de capitais e cidades do interior.

Queda generalizada na confiança do consumidor

O recuo da confiança foi observado em todas as regiões do país, com maior intensidade no Centro-Oeste e no Norte. Também houve impacto significativo entre diferentes classes socioeconômicas, sendo a classe C a mais afetada.

As famílias demonstraram piora na percepção da situação financeira atual e nas expectativas em relação à renda e ao emprego futuro. Além disso, a segurança no emprego sofreu um declínio, aumentando a cautela dos consumidores.

Impactos no consumo e investimentos

A queda generalizada da confiança afetou diretamente a disposição dos consumidores para compras de maior valor, reduzindo a intenção de adquirir bens duráveis, como eletrodomésticos e automóveis, e diminuindo a propensão a investimentos.

Em resumo, o INC de fevereiro registrou recuo tanto na comparação mensal quanto na interanual, consolidando uma tendência de pessimismo entre os consumidores.

Análise econômica

Para o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, “o INC recuou pelo segundo mês consecutivo devido ao desaquecimento da atividade econômica, que já impacta negativamente a geração de empregos. Além disso, a aceleração da inflação, principalmente nos preços de produtos básicos como alimentos e bebidas, somada ao alto endividamento das famílias e às taxas de juros elevadas, faz com que os consumidores fiquem mais cautelosos na hora de comprar”.

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