Dados do setor apontam crescimento de 18,4% sobre o mesmo período de 2023. Fabio Ongaro, CEO da Energy Group, que é controladora da X1 Solutions, destaca expansão de 35% na companhia, alavancada pelos segmentos de imóveis e veículos, respectivamente
Ao longo do primeiro semestre, os negócios realizados no mercado de consórcios ultrapassaram R$ 170 bilhões no Brasil, valor 18,4% superior ao mesmo período de 2023, segundo levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC). Na Energy Group, da qual faz parte a X1 Solutions -empresa de consultoria em projetos de consórcio estruturado-, os resultados também foram de expansão. “Somente na companhia, registramos crescimento na ordem de 35% nos primeiros seis meses de 2024 no comparativo com o ano passado”, confirma o CEO e economista Fabio Ongaro.
O executivo explica que os setores que alavancaram este aumento na companhia foram o imobiliário, que cresceu 65% e, na sequência, o de veículos leves, que representou 45%. Para Ongaro, o mercado de consórcios no Brasil tem demonstrado potencial robusto e resiliente, mesmo em tempos de incerteza econômica. “Este sistema, que promove o autofinanciamento e a educação financeira, tem se consolidado como uma alternativa viável e econômica para a aquisição de bens e serviços, contribuindo significativamente para o Produto Interno Bruto (PIB) do país”, acrescenta o economista.
De acordo com os dados da ABAC no fechamento do semestre, foram mais de 2,1 milhões de cotas vendidas em todo o país, sendo cerca de 850 mil de veículos leves e 419,3 mil de imóveis. Somente no mês de junho deste ano, comparando com 2023, o crescimento registrado chegou a 10,7%.
Ongaro destaca a relevância do consórcio também para o planejamento financeiro dos brasileiros. “É uma forma de poupança com objetivos de compra definidos, o que mantém a demanda estabilizada ao longo do tempo. Ele não é inflacionário e estimula a atividade econômica sem pressionar os preços. Isso é fundamental para o desenvolvimento sustentável do país“, afirma economista e CEO da Energy Group.
O comportamento dos consorciados, apoiado na educação financeira, tem mostrado decisões mais conscientes e planejadas, evitando compras impulsivas e respeitando compromissos financeiros. “O consórcio permite que as pessoas planejem suas aquisições de forma consciente, sem os ônus dos juros elevados, comuns em outras modalidades de financiamento”, explica Ongaro.
O CEO da Energy Group acredita que o sistema de consórcios deve continuar crescendo nos diversos setores nos próximos meses. “As perspectivas são muito positivas. Esperamos um desempenho ainda melhor, considerando que no segundo semestre os brasileiros recebem o décimo terceiro salário“, ressalta Ongaro.
Cinco vantagens do modelo de investimento em comparação a outras formas de financiamento ou compra à vista, segundo o economista Fabio Ongaro
– Acesso a Bens de Alto Valor sem Juros: um dos principais atrativos do consórcio é a baixa incidência de juros, diferentemente dos financiamentos tradicionais. No consórcio, os participantes pagam uma taxa administrativa, que costuma ser significativamente inferior aos juros cobrados em empréstimos e financiamentos.
-Flexibilidade de Uso do Crédito: quando o cliente é contemplado, ele pode utilizar o valor para adquirir qualquer bem dentro da categoria do seu grupo de consórcio, seja ele novo ou usado. Além disso, em alguns casos, é possível utilizar a carta de crédito para serviços, como reformas e viagens.
-Planejamento Financeiro e Disciplina: o compromisso com o pagamento das parcelas deve ser mensal e essa característica contribui com a educação financeira dos participantes, incentivando a disciplina de poupança a longo prazo.
-Possibilidade de Antecipação da Contemplação: através de lances, seja com recursos próprios ou utilizando uma parte da própria carta de crédito, os participantes têm a possibilidade de serem contemplados antes do término do plano. Isso oferece uma certa flexibilidade e pode ser uma estratégia para quem deseja adquirir o bem mais rapidamente.
-Segurança e Regulação pelo Banco Central: o sistema de consórcios no Brasil é regulado e fiscalizado pelo Banco Central do Brasil, o que oferece uma camada de segurança aos participantes. Essa regulamentação ajuda a garantir a transparência das operações e a solidez das administradoras de consórcio.