Especialista destaca que a negligência na gestão administrativa pode comprometer a sustentabilidade dos negócios

Em um cenário de margens apertadas e consumidores cada vez mais exigentes, as despesas fixas representam uma ameaça silenciosa à saúde financeira das empresas varejistas. O alerta é de Edison Tamascia, presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) e da administradora Farmarcas, que defende um controle rígido e contínuo desses gastos como estratégia de sobrevivência e competitividade.

“A despesa fixa se comporta como unha — ela cresce todos os dias e precisa ser cortada com frequência. O problema é que, ao contrário da unha, muitos empresários não olham para isso com a regularidade que deveriam”, afirma Tamascia.

Pressão por preços baixos e gestão negligente

Com a alta concorrência no varejo e o consumidor cada vez mais atento a preços, comparar ofertas tornou-se prática comum. Isso reduz as margens de lucro e exige uma gestão administrativa eficiente para que o lucro bruto seja aproveitado com inteligência.

“É um sistema que custa R$ 100, um serviço contábil extra, uma assinatura digital… isoladamente parecem insignificantes, mas juntos têm impacto significativo no caixa do negócio”, observa.

Tamascia chama atenção especialmente para os custos invisíveis, aquelas pequenas despesas recorrentes que muitas vezes passam despercebidas, mas que impactam diretamente na lucratividade. A recomendação é revisar periodicamente todos os contratos: aluguel, tecnologia, serviços terceirizados, fornecedores e despesas administrativas.

Ferramentas de gestão e comparação de desempenho

A Febrafar disponibiliza aos seus associados ferramentas como o PAI – Painel de Aferição de Indicadores, que permite comparar as despesas da empresa com a média do mercado. “Se o aluguel representa 3% do faturamento e a média é 2,5%, isso já acende um sinal de alerta. Mesmo que a mudança não seja imediata, saber onde está o problema já muda o jogo”, explica o presidente da federação.

Eficiência é o novo diferencial competitivo

A negligência com a administração é apontada como um erro comum. “No varejo, temos um foco quase automático em vendas e compras, mas ignorar os bastidores da operação é um erro grave. O controle das despesas é tão estratégico quanto vender bem”, reforça Tamascia.

Para o especialista, eficiência e controle são os verdadeiros diferenciais competitivos. Em um ambiente de negócios cada vez mais desafiador, a gestão consciente e detalhista das despesas fixas não pode ser encarada como tarefa secundária.

“Controlar despesas fixas não é uma tarefa pontual. É um exercício contínuo, que precisa fazer parte da rotina de gestão. Em um cenário de margens estreitas, eficiência e controle são os principais diferenciais para garantir a competitividade e a sustentabilidade do negócio”, finaliza.

Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *