Medida amplia o limite anterior de 70% e promete movimentar o mercado.
A Caixa Econômica Federal anunciou em 10 de outubro de 2025 a retomada do financiamento de até 80% do valor dos imóveis residenciais na modalidade SAC (Sistema de Amortização Constante). Antes, desde novembro de 2024, o limite era de 70% do valor do imóvel.
Além disso, o teto do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) foi reajustado de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, adequando as faixas de crédito à nova realidade econômica e ao aumento médio dos preços dos imóveis no país.
Na prática, a nova regra reduz o valor de entrada exigido:
Um imóvel de R$ 500 mil, por exemplo, que antes pedia R$ 150 mil de entrada (30%), agora requer R$ 100 mil (20%).
Essa diferença pode parecer simples, mas representa um divisor de águas para famílias da chamada classe média, com renda entre R$ 12 mil e R$ 20 mil mensais — público que muitas vezes tem capacidade de pagamento, mas não dispunha de recursos suficientes para o valor inicial de entrada.
O impacto no mercado imobiliário
O aumento do percentual financiável tende a gerar um efeito positivo em cadeia:
Construtoras e incorporadoras podem retomar projetos que estavam parados, imobiliárias e corretores ganham novo fôlego nas negociações, investidores e fundos imobiliários enxergam um ambiente de crédito mais aquecido.
A medida também pode reduzir o estoque de imóveis prontos e acelerar lançamentos, especialmente nas faixas de preço voltadas ao público de renda média.
Atenção aos cuidados
Apesar do cenário otimista, é importante olhar com cautela. A entrada menor não significa crédito mais barato. Os juros, seguros e custos administrativos continuam sendo determinantes para o valor total pago.
Além disso, o aumento na demanda pode provocar valorização artificial de imóveis em algumas regiões, compensando parte da vantagem inicial.
Outro ponto essencial é o planejamento financeiro: famílias devem evitar comprometer mais de 30% da renda mensal com parcelas, mantendo margem para imprevistos e estabilidade a longo prazo.
Um sinal de confiança e retomada
Mais do que uma simples mudança de política de crédito, o movimento da Caixa sinaliza confiança na retomada do setor imobiliário. O novo patamar de financiamento pode impulsionar um ciclo virtuoso — estimulando a economia, o emprego e o investimento produtivo.
Se bem administrada, essa nova fase pode unir dois elementos fundamentais: acessibilidade e sustentabilidade financeira, abrindo portas para quem sonha em conquistar seu imóvel e fortalecendo um dos setores mais estratégicos da economia brasileira.
O retorno do financiamento de até 80% representa não apenas uma oportunidade para novos compradores, mas também um sinal claro de reequilíbrio entre crédito e confiança.
Cabe agora ao setor — incorporadoras, corretores, investidores e instituições — transformar essa medida em crescimento sólido e sustentável.

Pós-graduado em Habilidades Gerenciais e com formação em Relações Públicas, Thiago é corretor de imóveis e investidor do mercado imobiliário. Apaixonado pela área, tem mais de 15 anos de experiência em vendas e se especializou em prospecção, negociação e fechamento. Criador do método Corretor 360º, acompanha o mercado em todas as suas esferas e defende uma visão ampla de mundo para criar relacionamentos estratégicos e gerar bons negócios imobiliários.

