Especialista em produtividade Tathiane Deândhela explica porque ter equipes diversas e inclusivas pode aumentar a produtividade e gerar melhor desempenho financeiro
A diversidade há muito tempo tem se consagrado no mundo corporativo como uma das estratégias para alcançar melhores resultados. Prova disso é um estudo realizado pelo Instituto Identidades do Brasil, que mediu o impacto da diversidade no mercado de trabalho. A conclusão da pesquisa é que para cada 10% de aumento na diversidade étnico-racial, houve um aumento de quase 4% na produtividade das empresas. Além disso, para cada 10% de elevação da diversidade de gênero, houve um acréscimo de quase 5% na produtividade corporativa. No entanto, outro levantamento, da consultoria Deloitte, apontou que a falta de orçamento e resistência interna são entraves nas empresas brasileiras, para os avanços na promoção da diversidade. A especialista em produtividade e alta performance, Tathiane Deândhela, explica que, ao implementar políticas de promoção da diversidade, as empresas melhoram o bem-estar dos funcionários e promovem a construção de equipes com competências e habilidades mais diversificadas.
“O clima organizacional da empresa melhora com a promoção de diversidade, e consequentemente a performance dos colaboradores vai ser melhor. A rotatividade dos funcionários também diminui. Além disso, as empresas conseguem atrair profissionais com habilidades e competências variadas, além de também priorizar ambientes de trabalho mais inclusivos e menos hostis. O que esse estudo do Instituto Identidades do Brasil mostrou é que mais diversidade nas organizações promove mais produtividade e, muitas vezes, isso reflete em um melhor desempenho financeiro das empresas. Mas ampliar a diversidade não deve estar no radar das empresas apenas por isso. O fato é que essas ações também fazem uma grande diferença no mundo, e ajudam a criar uma sociedade mais equitativa e justa.”
O levantamento, da consultoria Deloitte revelou dados positivos sobre a diversidade nas empresas: para 94% das empresas entrevistadas, é vista como benéfica e como positiva para a inovação; 91% afirma que aumenta a retenção de profissionais; 81% das empresas adotam pelo menos uma iniciativa relacionada à governança para manter a inclusão, como por exemplo, implementar um canal para denúncias anônimas de discriminação, ter um código de ética que aborde questões relacionadas ou mesmo criar um guia específico para diversidade. No entanto, apenas 48% das corporações adotam indicadores de diversidade interna, 43% têm metas; e apenas 22% oferecem ao menos um benefício específico para a promoção da diversidade a seus profissionais. Além disso, 42% das empresas citaram o ambiente de negócios conservador, como entrave. Outras barreiras citadas foram: a resistência interna e a cultura organizacional (41%) e a falta de orçamento (39%).
Tathiane Deândhela completa ainda que, outro estudo, conduzido pelas empresas Lenovo e Intel revelou que 92% dos trabalhadores brasileiros acreditam que a diversidade e a inclusão são importantes nas empresas. Mesmo as empresas recém-criadas que não tenham estratégias que contemplem ações de promoção de diversidade terão que se adaptar. “As organizações podem até não pensar em diversidade, mas será impossível avançar, crescer, escalar e ganhar relevância, sem ter um olhar mais inclusivo e diverso. Isso também favorece a atração de mais investidores para as empresas”, completa Tathiane.
A especialista em produtividade comenta ainda que vários estudos demonstram que as empresas que investem nessas práticas de diversidade são mais eficientes na decisão de problemas, mais atrativas e retêm mais talentos.
“Infelizmente, o óbvio precisa ser dito. No Instituto Deândhela já tivemos colaboradores de todos os cantos do país, com diferentes etnias, orientações sexuais, idades. Fazemos a escolha da equipe e das promoções com base em desempenho e histórico! Essa deveria ser a postura de todas as empresas, e não só pelas questões financeiras”, comentou a especialista.
Tathiane Deândhela salienta que a diversidade nas empresas é um fator agregador, para que os colaboradores se sintam mais seguros, tratados de forma justa e com oportunidades iguais para avançar na carreira. Ela reforça, ainda, que a importância da diversidade e inclusão nas empresas está ligada as ações de ESG (sigla em inglês que significa Ambiente, Sociedade e Governança), que estão alinhadas com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).