Vivemos um tempo em que a atividade empreendedora precisa ir muito além dos números frios e gráficos de faturamento. Cada vez mais, empreender significa assumir uma missão: gerar impacto, fortalecer comunidades e construir legados que ultrapassam o simples sucesso financeiro.
Na coluna anterior, apresentei a proposta deste espaço, que é mais do que um convite para refletirmos sobre a Economia Criativa e a Economia Solidária; é um chamado para uma nova postura diante dos negócios, das relações e da vida. Hoje, quero aprofundar essa ideia e afirmar: empreender com propósito é o caminho mais inteligente, humano e duradouro para transformar empresas, cidades e pessoas.
Nesse mundo tão intensificado de produtos e serviços, a capacidade criativa diferencia o empreendimento, criatividade que vai além do estético, permeia a forma como se produz, se comunica e se relaciona com o entorno.
Na nossa região, vemos exemplos pulsantes: pequenos ateliês que transformam materiais recicláveis em peças de design, jovens chefs que reinventam a gastronomia local com ingredientes da agricultura familiar, artesãos que mantém viva a tradição ao mesmo tempo em que inovam em formatos e estilos. São iniciativas que muito além de gerar renda, constroem identidade, fortalecem o território e convidam a uma experiência única.
Criar é mais do que produzir: é oferecer sentido e, por isso, a Economia Criativa é uma poderosa aliada do desenvolvimento humano e social.
A cooperação funciona como o fio invisível que entrelaça os talentos, os recursos e os sonhos. O melhor futuro para o empreendedorismo está em compreender a importância do coletivo, sua essência e relações.
Cooperativas, associações, coletivos produtivos e redes colaborativas mostram que é possível e vantajoso empreender juntos. A competição cede espaço para a cooperação inteligente, onde todos crescem, aprendem e prosperam de maneira mais justa.
A Economia Solidária, que se estrutura a partir desses valores, nos ensina que trabalhar e produzir podem estar a serviço da dignidade, da autonomia e da inclusão. Ela prestigia um modelo inclusivo de acesso à renda e fortalece vínculos comunitários. Aqui, o lucro não é um único fim em si mesmo, mas, principalmente, meio para a realização humana e o bem-estar coletivo.
É uma realidade comprovada por inúmeras experiências bem sucedidas, inclusive em Atibaia e cidades vizinhas, onde grupos de mulheres, jovens e comunidades tradicionais encontraram na solidariedade o caminho para superar desafios e conquistar protagonismo econômico.
É na comunidade que o empreendimento criativo e solidário se enraíza. Quando um negócio valoriza a cultura local, respeita o meio ambiente e promove a inclusão, ele não apenas cresce, mas fortalece todo o ecossistema social ao seu redor.
Por isso, empreender com propósito é, antes de tudo, um ato de responsabilidade e de pertencimento. É compreender que o sucesso do seu negócio está intimamente ligado ao bem-estar da comunidade onde ele se insere.
Vejo, com satisfação, como diversas iniciativas em nossa região estão no caminho desses princípios, assim, naturalmente serão ampliados mercados de produtores locais, festivais culturais colaborativos, incubadoras de negócios sociais — todas expressões vivas de que é possível unir talento, cooperação e compromisso comunitário.
Deixo, então, uma reflexão para você, leitor, empreendedora, estudante, profissional ou gestora pública: como o seu trabalho pode ser mais criativo, mais solidário e mais comprometido com a comunidade?
Este é o novo tempo das relações empreendedoras. Um tempo que exige sensibilidade para perceber que o valor do que fazemos está além do retorno financeiro imediato, especialmente, no impacto positivo e duradouro que deixamos nas pessoas e nos lugares onde atuamos.
Empreender com propósito é semear desenvolvimento, é gerar felicidade, é construir um mundo mais justo e mais belo e, convenhamos, também mais lucrativo, no melhor sentido da palavra: aquele que produz realização, orgulho e legado.
Estarei aqui, neste espaço, um sábado por mês, para continuarmos juntos essa conversa que nos inspira e nos impulsiona.
Envie suas dúvidas, sugestões e histórias: elas são a matéria-prima mais valiosa desta coluna.
Com criatividade, solidariedade e coragem, podemos transformar negócios e comunidades.
Vamos juntos!
Bragatto é graduado em Gestão Estratégica Empresarial e possui ampla experiência no setor financeiro pelo Banco do Brasil. Como Gestor Público em São Carlos-SP, foi Secretário de Trabalho, Emprego e Renda, destacando-se no desenvolvimento da Economia Solidária e Criativa, além de sua participação no Fórum Social Mundial como membro do Fórum Paulista e da Rede Nacional de Gestores em Economia Solidária.
Ocupou a presidência da Progresso e Habitação de São Carlos S/A (PROHAB), implantou a Secretaria de Administração Regional e exerceu quatro mandatos como vereador. Atualmente, é Secretário Adjunto de Relações Legislativas e vice-presidente da UVESP.
Com forte atuação em temas como Valorização da Vida, Inteligência Emocional, Saúde Mental e Desenvolvimento Humano, é um palestrante requisitado por empresas, universidades e setores públicos. Para Bragatto, compartilhar gera evolução, e cuidar de pessoas promove desenvolvimento, melhores resultados e satisfação—todos por um mundo melhor.
Meus parabéns excelente a matéria não poderia ser diférente de uma pessoa que gosta do que faz e faz com excelência.
Gratidão!!
Quando observo seu trabalho seja no legislativo, no executivo ou atividade privada, percebo e me encanta saber que nosso país tem jeito pode quebrar correntes.
Necessitamos urgentemente de pessoas na política que produza para todos.
O Brasil é riquíssimo o povo que é pobre,
Ser feliz é direito de todos.
Bragatto grata pelo seu empenho e coragem.