É minha gente… Vimos muitos negócios por aqui que infelizmente perderam o “time”. E isso tem muito a ver com a parte tributária das empresas – e eu vou falar um pouquinho de cada regime para que vocês possam refletir quanto ao momento de crescer ou encerrar.

Durante a minha jornada vi mais de mil histórias, muitas de sucesso, algumas de sonhos, outras de egos e algumas sem final feliz.

Inicio pelos MEI’s: resumidamente, essa modalidade foi criada para que o fisco deixasse de perder uma grande parcela (grande mesmo, hoje eles representam 80% das empresas no Brasil) da arrecadação. Isso porque, como autônomo, a carga tributária é bem alta – o que alguns desconhecem e outros fingem desconhecer.

O MEI foi criado para ambulantes, pessoas que fazem trabalhos em casa ou como uma segunda opção de renda para aqueles que, em média, faturam até R$ 6.750,00 mensais ou R$ 81.000,00 anuais. E aí eu pergunto: uma loja, que paga em média R$ 1.500,00 de aluguel, água, luz, telefone, internet e 1 empregado… é coerente estar neste regime?

Vamos ao olhar do fisco: esse tipo de empresa obviamente não fatura dentro do limite estabelecido, e o fisco não dá ponto sem nó. Nós, muito espertos, vimos essa modalidade como uma “vantagem de pagar menos impostos”, mas para vocês entenderem a proporção de custos, deixo aqui somente impostos e contabilidade:
* MEI: custo mensal médio de R$ 150,00.
* Simples Nacional: custo mensal médio, com o mesmo faturamento de uma MEI, R$1.000,00

Espertos que somos, disparamos a abrir MEI’s – até mais de um no mesmo endereço e utilizando os CPF’s de todos da família. Uma baita economia, né? Engano nosso. Passamos a ter maquininhas de cartões, movimentar conta bancária, achando que o fisco não vai pegar, ou imaginando ser o único meio de sobrevivência em alguns casos. Mas o contador não pode negligenciar e deixar de alertar que essas movimentações são rastreáveis e podem gerar complicações no futuro, pois, o fisco pode cobrar os últimos 5 anos de movimentação e excluir a sua MEI de forma retroativa gerando valores impagáveis para os pequenos.

Há quem seja mais ‘esperto’ ainda: com maquininha de cartão na pessoa física, com promessa dos vendedores de que não há pagamento de impostos. Ah não! Nós não acreditamos em almoço grátis. Se você tem essa prática na sua empresa, é melhor rever, fazer os cálculos, uma reserva e rezar muito!

Agora que vocês já digeriram a primeira parte, vamos para as empresas no Simples Nacional (que de simples, só tem o nome). Nessa modalidade você pode pagar de 4% a 33% sobre o valor do faturamento bruto de sua empresa, variando de acordo com a atividade e o faturamento acumulado dos últimos 12 meses. E aí está a pegadinha, pois quando você fecha um grande negócio, você carrega o percentual do imposto por 12 meses. Ou seja, não é calculado de acordo com o faturamento daquele mês somente – e é aqui onde o lucro de muitos empreendedores vai pelo ralo.

Há também outros níveis acima do Simples Nacional, que muitos temem devido ao INSS patronal (20% sobre o valor total da folha em impostos). E é este imposto que assusta muitos empreendedores deste regime, mas, fazendo uma simulação real, se mostra vantajoso para muitas empresas.

Em todos os casos, o contador é peça chave na orientação, e o empreendedor é o responsável por dar detalhes (sem esconder nadinha) pois, em conjunto, será possível definir o melhor caminho para o seu negócio.

Agora que vocês enquanto empreendedores já têm um norte, eu faço mais uma pergunta: o seu negócio realmente gera lucro, ou somente gira dinheiro para pagar despesas pessoais e você vai se afundando em empréstimos sem fim? Já parou para fazer essa conta?

Eu canso de ver sonhos destruídos por falta de planejamento, negócios que estão há mais de 10 anos tentando se reerguer, empreendedores achando que estão fazendo grandes negócios, metendo os pés pelas mãos, sem calcular quanto tempo leva para recuperar um investimento feito, vendendo produtos e serviços a preço de banana para competir com empresas que estão totalmente na informalidade. E por isso eu pergunto novamente: vale a pena tamanho esforço somente pelo status?

Às vezes é o momento de repensar, encerrar, se estruturar e retomar, com fôlego, experiência e um contador que te auxilie neste processo.

Quer fazer esse cálculo de padaria que muitos tem dificuldade ou medo de fazer? Vem, que no caminho eu te explico!

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