Com crescimento nas vagas de estágio e aprendizagem, empregabilidade entre jovens supera nível pré-pandemia e número de “nem-nem” atinge o menor patamar desde 2012
Oferta de estágios em alta
O estágio continua sendo a principal porta de entrada para os jovens brasileiros no mercado de trabalho. Segundo levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o país registrou um aumento de 54% no número de estudantes ocupando vagas de estágio entre 2023 e o primeiro bimestre de 2025 — passando de 642 mil para 990 mil. Já os contratos de aprendizagem chegaram a 633.720 em fevereiro de 2025, crescimento de 33,5% em cinco anos.
Impacto no índice de “nem-nem”
Esse movimento contribui para reduzir o número de jovens que não estudam e não trabalham, conhecidos como “nem-nem”. Em 2012, o Brasil contabilizava 2,1 milhões de meninos e 4,2 milhões de meninas nessa condição. No mesmo período de 2024, os números caíram para 1,9 milhão e 3,3 milhões, respectivamente — o menor nível desde então.
Mais jovens ocupados
No último trimestre de 2024, o Brasil registrou 14,5 milhões de jovens ocupados, superando os 14,2 milhões de 2019, antes da pandemia. A taxa de desemprego entre pessoas de 14 a 24 anos também recuou de 25,2% para 14,3% em cinco anos, de acordo com os dados do MTE.
Primeiras experiências
Para muitos estudantes, o estágio representa a primeira vivência profissional. É o caso de Ana Carolina Borges Vaz, 20 anos, aluna de Arquitetura que estagia há quase um ano na Sim Incorporadora, em Goiânia. “Quando estamos em sala de aula há sim um aprendizado importante, mas no estágio você consegue colocar o que aprendeu em prática e isso faz muita diferença para nossa formação profissional”, relata.
Ana Carolina atua em visitas a obras, no acompanhamento de projetos decorados e no suporte a corretores. “Há uma troca: o que se aprende na empresa ajuda na faculdade e vice-versa. Além disso, o estágio amplia contatos com arquitetos, engenheiros e corretores”, acrescenta.
Isabelly Carolinny de Alves Santos, 20 anos, estudante de Administração e estagiária na Yutá Incorporadora, também em Goiânia, destaca que a experiência vai além do aprendizado técnico. “A faculdade é o lugar da teoria, já na empresa lidamos com situações reais, com problemas reais. Isso acrescenta muito, pois temos uma noção concreta do mercado de trabalho”, afirma.
Benefícios também para as empresas
Para Jadson Medeiros, psicólogo e gerente de Recursos Humanos da Yutá Incorporadora, os estágios beneficiam tanto os estudantes quanto as empresas. “Os estagiários promovem organicamente dentro da empresa a junção da prática das diversas atividades com a inovação produzida nos centros acadêmicos. Eles trazem energia, disposição e interesse, influenciando positivamente toda a equipe”, avalia.
Segundo ele, os programas de estágio também ajudam as empresas a manter um fluxo constante de novos talentos. “Na maioria dos casos, os estagiários acabam sendo efetivados, garantindo mão de obra qualificada e tornando-se embaixadores da marca”, conclui.

