Meu caro(a) leitor(a), saudações!

Você tem de compreender a relação entre inflação, níveis de juros e a demanda por consumo e investimento.

A maior parte dos brasileiros têm passado dificuldades e momentos de grandes angústias e incertezas. Pós-pandemia, parte das atividades econômicas foram severamente afetadas, a renda e o comportamento dos consumidores mudaram.

Embora o impacto da pandemia pareça ter ficado para trás, assim como uma pedra lançada em um lago, essa ainda reverbera e a economia brasileira e mundial ainda sentem ondas de choque.

Mesmo antes da pandemia, devemos lembrar que no Brasil, entre 2015 e 2016, houve forte queda no produto e renda das famílias, aumento endividamento do governo, taxa de inflação e dos juros básicos, que chegou a 14,25% ao ano.

Como resultado, ocorreu forte aumento nos preços e dos níveis de desemprego. Esses fenômenos foram acompanhados pela redução nas taxas de crescimento do produto e da renda das famílias. Nesse período, não havia pandemia.

Agora para que você compreenda o impacto da pandemia, nesse período o governo americano, um dos motores do crescimento mundial, teve de elevar as taxas de juros acima de 5% ao ano, pós pandemia. O objetivo foi combater o aumento dos níveis de inflação.

Ao mesmo tempo, esse teve de renegociar e obteve, junto ao Senado, aprovação da suspensão do teto da dívida pública, pois os gastos do setor público americano aumentaram. Como resultado, houve revisão dos níveis de seu orçamento.

Todos estamos (empresas, consumidores e investidores) nos movimentando para recuperar nossos níveis de renda.

Como meio de garantir o crescimento do emprego, renda e estabilidade da inflação, os governos usam dois instrumentos de política econômica: Política Fiscal e Política Monetária.

No plano fiscal brasileiro, há muitas incertezas. Embora o governo Lula tenha proposto dois projetos (Arcabouço Fiscal e Reforma Tributária), há muitas dúvidas sobre a sua efetividade.

Já tratei em outros artigos sobre tais temas. Por essa razão, reitero: é necessário que haja maior controle dos gastos do governo e que não haja aumento da carga tributária, sob pena de redução nos níveis de poupança e investimentos privados.

Por outro lado, como instrumento de política econômica, temos de levar em conta a importância da Política Monetária. O objetivo dessa é o controle da inflação que, como sabemos, corrói o poder de compra dos consumidores.

A boa notícia é que, embora a Política Monetária atual tenha sido criticada, mesmo sob cenário de incertezas quanto a Política Fiscal do atual governo, a inflação medida pelo índice oficial de inflação é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), sofreu redução.

Em um contexto de incertezas em relação aos resultados do Arcabouço Fiscal e Reforma tributária, a Política Monetária assume grande importância e abriu espaço para a redução da taxa Selic, que passou de 13,75% para 13,25%, nessa semana.

Parece pouco, mas “por quais cargas d’água” devemos acreditar que a redução da Selic é importante?

Níveis de inflação baixos, estáveis e previsíveis são importantes, pois reduzem incertezas. Para alcançar esse objetivo, desde 1999, o Brasil adotou o Regime de Metas de Inflação. A grande questão é porque as taxas de juros praticadas pelos bancos ainda são elevadas?

Além do alto nível de concentração no setor bancário, infelizmente, isso se deve a vertiginosa queda da renda das famílias, aumento da carga tributária (antes e após a pandemia), grande nível de concentração das atividades bancárias, aumento dos níveis de endividamento e inadimplência das famílias.

A sociedade brasileira tem longo caminho a percorrer e tudo dependerá das reformas do alcance das propostas do atual governo.

Talvez isso pareça distante, mas afeta todos nós, enquanto consumidores e empreendedores.

Há um tempo para que as políticas fiscal e monetária surtam efeitos, mas se o governo equilibrar suas contas, os impostos não irão aumentar e as taxas de poupança e de investimento aumentarão.

Se isso realmente ocorrer, estamos no rumo certo!

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