Levantamento mostra que quase metade das empresas do setor já adota programas ambientais e 70% investem em tecnologias digitais para ganhar eficiência e reduzir impactos

A indústria brasileira de confecção vive uma fase de transformação impulsionada pela inovação e pela agenda ESG (Ambiental, Social e Governança). De acordo com estudo do IEMI – Inteligência de Mercado, realizado com 280 indústrias estruturadas e certificadas em todo o país, 46% das empresas já possuem programas de sustentabilidade e outras 8% planejam adotar iniciativas ambientais até 2026.

Essa transição reflete não apenas uma resposta às exigências do mercado e dos consumidores, mas uma nova consciência sobre o impacto da moda no planeta. As empresas estão investindo para se tornarem mais eficientes, responsáveis e competitivas”, afirma Marcelo Prado, consultor e diretor do IEMI.

Digitalização ganha protagonismo no setor
O levantamento também revela um avanço significativo na adoção de tecnologias. Sete em cada dez confecções já utilizam ferramentas digitais nos processos produtivos e de gestão, como sistemas ERP, CRM e soluções de conectividade industrial. Como resultado, 73% das empresas que passaram por esse processo relataram aumento expressivo de produtividade.

Segundo Prado, a digitalização tornou-se peça-chave para a sustentabilidade. “Ela permite reduzir desperdícios, otimizar o uso de recursos e melhorar o controle sobre a cadeia produtiva, o que se traduz em competitividade e responsabilidade ambiental”, destaca.

Investimentos crescem e fortalecem parcerias
O estudo aponta que as indústrias destinam, em média, 2,4% do faturamento para projetos de digitalização e 3,6% para iniciativas ligadas à sustentabilidade. Outro dado relevante é a presença do SENAI em 44% das empresas entrevistadas, por meio de programas como Brasil Mais Produtivo e Transformação Digital.

Práticas ambientais ganham escala
Entre os principais objetivos dos programas de sustentabilidade em vigor no setor estão a redução do consumo de água e energia (79%), o reaproveitamento de resíduos têxteis (77%), a promoção de condições de trabalho seguras e justas (50%) e o uso de fontes e materiais sustentáveis (43%). O estudo mostra ainda que 16% das empresas já utilizam matérias-primas certificadas, enquanto 65% planejam ampliar o uso de insumos sustentáveis nos próximos anos.

Para o diretor do IEMI, os dados indicam um reposicionamento claro da indústria da moda no país. “O futuro da indústria será verde, digital e humano, e o Brasil tem condições de ser referência nesse processo”, conclui.

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