Apesar do aumento no ticket médio, queda nas transações sinaliza recuperação lenta no setor de alimentação

O Instituto Foodservice Brasil (IFB) divulgou os resultados do Índice de Desempenho do Food Service (IDF) referentes a fevereiro de 2025, revelando um cenário de desafios para o setor. Embora o IDF tenha registrado uma alta nominal de 1,4%, ao descontar a inflação medida pelo IPCA, observa-se uma significativa retração de 5,3% no IDF real. Os dados indicam que, apesar de os consumidores gastarem mais por pedido, a frequência de consumo fora do lar diminuiu.

A análise do mês de fevereiro foi impactada por fatores de calendário, como um dia útil a menos em relação a 2024 devido ao ano bissexto e a mudança do Carnaval para março em 2025. O fechamento do primeiro trimestre, com divulgação prevista para abril, deverá oferecer uma visão mais clara da trajetória do setor, isolando os efeitos da sazonalidade.

Os dados do IFB também apontam para um aumento de 5,94% no ticket médio, atingindo R$ 45,60 em fevereiro de 2025. Este aumento reflete a inflação anual do setor, que ficou em 5,9%, e o ajuste de preços praticado pelos estabelecimentos. Contudo, o número total de transações registrou uma queda de 3,1%, evidenciando a menor frequência com que os consumidores estão optando por refeições fora de casa.

O canal de delivery segue em ascensão, representando 22,7% do total das vendas em fevereiro, um leve crescimento em comparação com o mesmo período do ano anterior. Enquanto os centros comerciais (shoppings, supermercados, aeroportos) apresentaram um crescimento de 7,3%, as lojas de rua tiveram um avanço mais modesto, de 3,9%.

O setor também registrou um aumento de 1,7% no número de estabelecimentos na comparação anual. No entanto, em fevereiro, o número de fechamentos (40) superou o de aberturas (19), indicando um ambiente de negócios que ainda impõe dificuldades a muitos operadores.

“O setor de food service segue demonstrando resiliência, mas o impacto da inflação e a redução no volume de transações indicam que os desafios ainda não foram superados. Precisamos de estratégias inovadoras e maior eficiência operacional para garantir uma retomada sustentável”, ressalta Ingrid Devisate, vice-presidente executiva do IFB.

A necessidade de adaptação às novas dinâmicas de consumo, a otimização operacional e a inovação nos canais de venda são apontadas pelo IFB como fatores determinantes para a recuperação do setor de alimentação fora do lar diante do cenário econômico atual.

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