Volume aplicado chegou a R$ 7,9 trilhões no primeiro semestre de 2025, com destaque para a renda fixa

O volume de investimentos de pessoas físicas no Brasil atingiu R$ 7,9 trilhões ao final de junho, um crescimento de 6,8% em relação a dezembro de 2024, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O levantamento aponta para um cenário de maior interesse dos brasileiros pelo mercado financeiro, com a renda fixa consolidada como a modalidade preferida dos investidores.

Cenário econômico e perfil conservador
Para Aline Soaper, educadora financeira, a popularidade da renda fixa reflete a conjuntura econômica.
“O país vem passando por um período de alta da Taxa Selic e, apesar do impacto na economia brasileira, esse movimento favorece o perfil mais conservador de investidores. A renda fixa acaba sendo a escolha principal por conta da segurança que proporciona aos seus aplicantes”, explica.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros em 15% reforça esse cenário. Segundo a Anbima, 58,9% do total investido está em renda fixa, que registrou alta de 8,2% e soma R$ 4,68 trilhões.

Modalidades e segurança
A especialista destaca a versatilidade da modalidade, que atende diferentes perfis.
“Outro ponto positivo sobre a renda fixa é o seu investimento adaptável e abrangente. É uma aplicação que funciona para a maioria dos investidores, desde os iniciantes até os que já realizaram aplicações ao longo dos anos”, afirma Soaper.

Entre as principais opções estão Tesouro Direto, CDBs, LCIs e LCAs, que contam com garantias como o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O levantamento mostra que LCIs e LCAs somaram R$ 1,39 trilhão, alta de 12,2%, enquanto os CDBs atingiram R$ 1,15 trilhão, crescimento de 9,9% em relação a dezembro de 2024.

Cuidados antes de investir
Apesar da segurança, a educadora financeira alerta para a importância de estudar o investimento antes de aplicá-lo.
“Brinco que ler os termos e condições do investimento é como se fosse ler uma bula de remédio, ou seja, é essencial para não correr riscos. Muitas pessoas acabam aplicando sem estudar conceitos importantes, como liquidez e rentabilidade, e isso pode resultar em perdas desnecessárias”, afirma.

Outro conselho de Soaper é diversificar instituições financeiras. “Outros bancos podem ter ofertas mais vantajosas e que podem proporcionar uma rentabilidade ainda maior. Por isso, recomendo pesquisar opções entre instituições privadas e públicas, além dos bancos virtuais, antes de realizar a aplicação.”

Regiões e tendências
Todas as regiões brasileiras registraram alta nos investimentos. O Sudeste concentra 66,5% do total, somando R$ 5,28 trilhões após crescimento de 7,5%. O Sul aparece em segundo lugar, com R$ 1,36 trilhão (+3,5%). O Nordeste avançou 7,9%, totalizando R$ 737,8 bilhões; o Centro-Oeste cresceu 6%, com R$ 420,3 bilhões; e o Norte teve alta de 8,5%, chegando a R$ 142,5 bilhões.

Para Soaper, a expansão está ligada ao maior acesso à informação. “Os investimentos estão sendo cada vez mais usados pelos brasileiros, à medida que cresce o interesse pela educação financeira. As plataformas digitais facilitam o acesso e reduzem custos, enquanto conteúdos nas redes sociais ampliam a conscientização do público.”

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