A presença feminina no setor de franquias cresce, com 57% de participação e aumento expressivo em cargos de gestão
As mulheres conquistam cada vez mais espaço no setor de franquias no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), elas já representam 57% dos profissionais que atuam nas redes franqueadoras, superando os 43% de homens. Além disso, a participação feminina em cargos de liderança cresceu de 19%, em 2015, para 29% em 2024, evidenciando uma mudança significativa na gestão dessas empresas.
Embora o avanço seja expressivo, o número de mulheres em altos cargos dentro das franquias ainda está abaixo da média geral do mercado. De acordo com uma pesquisa da FIA Business School, em empresas de grande porte no Brasil, as mulheres ocupam 38% das posições de liderança, enquanto apenas 28% alcançam cargos de diretoria ou C-Level.
Liderança feminina e ambientes mais produtivos
Para o empresário e especialista em empreendedorismo Reginaldo Boeira, fundador da holding que administra a KNN Idiomas, uma das maiores redes de franquias do Brasil, o crescimento da participação feminina na liderança das franquias está ligado a um modelo de gestão mais humanizado e à valorização de habilidades interpessoais.
A profissionalização do setor também tem impulsionado essa mudança. Em 2015, cerca de 22% das mulheres em cargos de liderança dentro das franquias tinham vínculo familiar com os sócios das empresas. Esse percentual caiu para apenas 7% em 2024, demonstrando uma maior valorização de profissionais com experiência de mercado e qualificação técnica.
Confiança nas lideranças femininas
Outro fator que impulsiona essa transformação é o reconhecimento das qualidades das mulheres no comando das empresas. De acordo com a pesquisa da FIA Business School, 50% dos funcionários consideram excelente a gestão de CEOs mulheres, enquanto apenas 43% avaliam da mesma forma a liderança masculina. Além disso, 79% dos entrevistados afirmaram confiar totalmente em suas gestoras, índice superior aos 72% de confiança nos CEOs homens.
Para Boeira, essa diferença se deve ao perfil mais colaborativo e inclusivo das lideranças femininas. “Elas têm um talento natural para unir equipes, ouvir mais e tomar decisões de forma mais assertiva e cuidadosa. Saber utilizar talentos naturais, independentemente do gênero, faz toda a diferença em empresas que buscam crescimento e engajamento contínuo”, conclui.

