Manter o controle da situação contábil poderia ter ajudado as mais de 6 milhões de empresas inadimplentes dos últimos meses

Comemorado em 5 de outubro, o Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa é propício para discutir aspectos que possam proporcionar saúde financeira e longevidade desse modelo de empreendimento, determinando o seu crescimento sustentável ou o fracasso do negócio no curto prazo.

Neste sentido, a saúde de uma empresa passa pelo check-up contábil. Uma análise da contabilidade pode aumentar o tempo de vida empresarial e trazer segurança para o negócio. Os números contábeis podem evitar problemas financeiros, auxiliar na redução de custos, evitar uma falência, entre outros pontos.

Dados da Serasa mostram que em junho 6,2 milhões de empresas estavam inadimplentes no país, sendo que 21,9% das dívidas foram adquiridas no setor financeiro. Dentre esses números, as empresas estão distribuídas em todos os setores de atuação, ou seja, qualquer empresa, de qualquer segmento, está sujeita a este problema. Ainda de acordo com a Serasa, 342 empresas decretaram falência entre janeiro e junho deste ano.

Atualmente, existem diversos sistemas de gerenciamento empresarial, que demonstram através de dashboards as informações contábeis e, assim, é possível a tomada de decisões mais assertivas. Mas, quais são essas informações e como utilizá-las?

Lucca Sousa, especialista em contabilidade, consultoria e gestão empresarial e sócio-diretor da empresa MCO Contábil, listou quatro passos simples para realizar um check-up contábil de uma empresa e como usar os números a favor do negócio:

Lucca Sousa

1° – Analisar as demonstrações contábeis. “Os documentos mais importantes das demonstrações contábeis da empresa são o balanço anual, balancete mensal, DRE mensal e Ebtida. Sem isso, torna-se mais difícil realizar um planejamento estratégico de crescimento ou até mesmo de redução de custo.”

2° – Analisar mensalmente as apurações de impostos, se possível realizar um comparativo com a apuração do mês anterior, usando como base os dados de receitas geradas versus percentuais. “Uma estratégia de análise dos impostos com a capacidade de redução, pode gerar consequência de ganho financeiro com uma redução dos impostos. Uma tributação errada pode gerar desgaste financeiro ou até mesmo a falência da empresa.”

3° – Validar as certidões e situações fiscais da empresa e, de preferência mensalmente, validar as certidões nos órgãos de competência, “isso irá garantir que nada saia do planejado, pois esses documentos atestam a existência ou não de débitos tributários perante as exigências fiscais”.

4° – Se a empresa tem funcionários, estar sempre atento aos lançamentos de eventos da folha, conferindo salários e as ocorrências, como verbas indenizatórias. “A gestão da folha de pagamento possibilita uma melhor visualização dos tributos relacionados à parte trabalhista da organização, em que muitos empresários que não possuem uma equipe voltada para isso, acabam se perdendo e gerando custos posteriores.”

A análise profunda na tributação da empresa e demonstrações contábeis permitem que o empresário esteja a par da situação real do seu negócio. É preciso acompanhar de perto as informações enviadas para o fisco, evitando consequências financeiras. Segundo levantamento feito pela MCO, essa análise pode otimizar em até 80% os processos contábeis. “Não se gerencia o que não se mede; não se mede o que não se define; não se define o que não se entende; não há sucesso no que não se gerencia”, enfatiza Lucca.

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