Agora morando em Atibaia me aproximei muito do vôlei da cidade. Já era um esporte do qual jogava muito no passado e, começando a ir aos jogos, a primeira coisa que penso é que preciso arrumar um time para jogar.
O vôlei teve um aumento muito significativo na questão de espectadores, torcida, jogadores e todo o ecossistema que envolve esse esporte. Hoje vemos canais digitais que passam o jogo ao vivo no YouTube com comentaristas da área. Isso mostra o quanto a visibilidade está em alta.
Quando estou assistindo um jogo e ele começa, fico pensando em quantas questões começaram a se mexer devido àquele momento. A maioria das pessoas só enxerga o que está acontecendo ali, porém por trás de cada partida tem um universo inteiro acontecendo. Seja qualquer categoria, municipal, juvenil, amador ou semiprofissional, a economia é algo pulsante, às vezes invisível, mas movimenta serviços, microempresas, comércio e turismo regional.
E um detalhe bem interessante: grande parte desse impacto acontece em silêncio, longe do público e até mesmo dos próprios atletas. Você deve estar se perguntando como isso acontece. Vem comigo que eu vou te mostrar.
Quando falamos de jogos, eles vão além das cidades, e com isso uma viagem começa antes do apito. Toda partida gera um deslocamento: times se movimentam com carros, vans ou ônibus alugados. Com isso, já enxergamos o nosso primeiro ponto de economia: gasolina, mecânica, transportes escolares e motoristas entram nesse impacto financeiro.
No caso de jogos mais distantes isso cresce muito mais. Consideramos hotéis, pousadas, cafés e restaurantes.
Já dentro das quadras falamos sobre inscrições, arbitragem e estrutura. Para que as partidas existam, contamos com taxas de inscrição, aluguel da quadra, profissionais de arbitragem, mesários, operadores de placar e segurança.
Cada campeonato municipal pode gerar dezenas de empregos temporários e fixos, formais e informais.
Durante os jogos contamos com barracas, pipocas, cachorro-quente (como experiência gastronômica, o de Atibaia é incrível!), que complementam essa conta na hora do jogo.
Sabemos que hoje quem mais aparece e engaja nas redes sociais tem mais chance para oportunidades e que o esporte não vive só dentro da quadra — ele vive também nos celulares.
Os times contratam fotógrafos, designers, social media e criadores de conteúdo. Alguns clubes têm assessoria de comunicação, transmissões ao vivo e presença ativa nas redes.
Um único jogo pode gerar:
- Ensaios fotográficos
- Vídeos
- Campanhas patrocinadas
- Venda de produtos do time
- Novos patrocinadores
Ou seja, tem gente vivendo do esporte fora de quadra.

Para um atleta o corpo é o seu maior bem ativo e um sistema que não fica evidente, mas participa de forma silenciosa, são os profissionais de:
- Fisioterapia
- Suplementação
- Alimentação específica
- Psicologia esportiva
- Academia
- Personal trainer
- Medicina esportiva
Esses profissionais existem pois existe o esporte, mesmo sem arenas lotadas ou TV aberta.
Quando vamos para a parte do uniforme, não é apenas um uniforme.
A camisa que entra em quadra passa por confecção, estampa, personalização, costureiras e pequenas empresas locais.
Além disso, patrocínios estampados nessas camisas também movimentam a economia, pois representam empresas que investem, confiam e recebem retorno em visibilidade regional.
Quando uma cidade apoia o esporte, ela não está ajudando apenas um time, ela está estimulando:
- Pequenos negócios
- Empregos locais
- Marcas regionais
- Saúde e educação
- Turismo
- Autoestima da comunidade
E sabe um segredo? Quase ninguém percebe.
O futuro está na valorização. Cidades que entendem essa engrenagem enxergam o esporte como investimento social e econômico, não como um gasto.
Prefeituras, empresas privadas e patrocinadores estão descobrindo que esporte dá retorno financeiro, cultural e humano.
O voleibol, que cresce a cada ano no Brasil, é um exemplo claro: um jogo simples pode movimentar uma cadeia inteira.
Para concluir esse super ecossistema que envolve um jogo de vôlei, eu te desafio a olhar com outros olhos. Vale lembrar que aquele saque não representa apenas um ponto no placar. Ele representa oportunidade, empregos, renda e desenvolvimento.
O esporte é competição, emoção e paixão.
Mas também é economia e, principalmente, futuro.

Administrador com pós-graduação em Marketing pela ESPM, Thiago Grassi é consultor e palestrante, com mais de 10 anos de experiência em gestão de empresas. Atua na liderança de startups de tecnologia e marketing, com foco em inovação, automações e estratégias digitais. Apaixonado por esportes desde a infância, acompanha de perto o cenário esportivo e estuda o impacto econômico que ele gera nas cidades e regiões, explorando oportunidades de desenvolvimento local. Também atua como docente convidado do Senac nos cursos de Administração e Marketing.

