Relatórios econômicos desta semana devem detalhar o aumento do déficit em transações correntes do Brasil, cenário não acompanhado por outras nações emergentes

O Banco Central divulgará, nesta semana, dados que devem confirmar a continuidade da piora do déficit em transações correntes do Brasil, tendência observada desde 2024. A divulgação integra uma série de indicadores econômicos que podem impactar o mercado financeiro nos próximos dias.

Indicadores nacionais e internacionais

No Brasil, a Fundação Getulio Vargas (FGV) apresentará sondagens da construção civil, indústria e comércio nos dias 26, 27 e 28 de agosto, além do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), previsto para o dia 28. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação, no dia 26. Também são esperadas notas do Banco Central sobre contas externas, crédito e política fiscal nos dias 26, 27 e 29.
No exterior, investidores acompanharão a divulgação do PIB dos Estados Unidos e do índice de preços ao consumidor (PCE), nos dias 28 e 29, respectivamente.

Motivos para o aumento do déficit

Segundo análises, o crescimento do déficit em transações correntes é resultado de diversos fatores. Entre eles, destacam-se o aumento dos gastos com serviços, especialmente devido à expansão de plataformas digitais e licenças de aplicativos, além do crescimento das importações impulsionado pela demanda doméstica aquecida.
No setor externo, a queda nos preços das commodities exportadas e o ritmo menor da demanda internacional dificultam o avanço das exportações. As tarifas alfandegárias mais altas aplicadas pelos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, também representam um desafio adicional para o comércio exterior brasileiro.

Cenário internacional mais favorável

Enquanto o Brasil enfrenta dificuldades, outras economias emergentes apresentam recuperação em suas contas externas. A média do déficit dessas nações e de países latino-americanos tem diminuído, em contraste com a tendência brasileira.
A menor integração do Brasil ao comércio internacional é um dos fatores que agravam o cenário: a participação de exportações e importações no PIB brasileiro é de 33%, enquanto em outras economias emergentes o índice chega a 58%. Para reverter o quadro, especialistas avaliam que o país poderá precisar de ajustes cambiais mais significativos do que os exigidos em mercados mais abertos.

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