Especialista explica por que conteúdo estratégico, baseado em dores e desejos do público, constrói relação, confiança e resultados duradouros
Estudos recentes confirmam que consumidores ignoram conteúdos genéricos. Segundo pesquisa da Attentive, divulgada em abril de 2025, 81% rejeitam mensagens irrelevantes e 71% se frustram ao recebê-las, reforçando o valor da comunicação relevante.
Entendimento profundo do cliente
Robson V. Leite, fundador da Agência de Valor, destaca que conteúdo com propósito não surge de modismos, mas de compreensão real sobre quem é o cliente e quais transformações ele busca.
“Conteúdo com propósito é aquele que vai além de preencher um calendário editorial ou seguir tendências. Ele parte de um entendimento profundo sobre quem é o cliente, quais problemas ele enfrenta e quais transformações busca.”
Para ele, quando o conteúdo é guiado por propósito, deixa de ser apenas informativo e passa a ser relevante. “Quando o conteúdo reflete propósito, ele gera identificação. Essa identificação cria conexão, e conexão abre espaço para confiança e fidelização. Clientes que se sentem compreendidos não apenas compram mais, mas permanecem por mais tempo e indicam a marca.”
Riscos do conteúdo sem propósito
Robson alerta que produções feitas apenas para “marcar presença” dificilmente geram vínculo duradouro. “Conteúdo sem propósito até pode gerar engajamento pontual, mas dificilmente constrói uma relação de longo prazo.”
Segundo ele, a visão estratégica do conteúdo já está consolidada. “É algo que falo desde 2008, quando iniciei minha primeira empresa no meio digital. O conteúdo é o rei. Ele diferencia, garante espaço no mercado e faz uma marca perdurar ao longo do tempo.”
Consistência e posicionamento
De acordo com Robson, cada publicação deve ser vista como um ativo de negócio. “No Agência de Valor, tratamos cada conteúdo como ativo, e não como simples post ou vídeo.”
A consistência, segundo ele, é indispensável. “Não adianta publicar um conteúdo poderoso e depois sumir. A conexão se constrói no tempo, com repetição de mensagens-chave, reforço de posicionamento e alinhamento em todos os canais.”
Muitas marcas, no entanto, ainda confundem presença digital com relevância. “Existe a pressão de ‘estar sempre postando’, mas isso gera produção baseada em volume, e não em estratégia.”
Ferramenta de negócios
Para sair dessa armadilha, Robson recomenda reposicionar o conteúdo dentro do modelo comercial. “Quando o conteúdo está alinhado a um processo comercial bem estruturado, ele deixa de ser custo e se torna investimento.”
Ele ressalta que a autenticidade também deve estar conectada ao produto. “Não é apenas sobre autenticidade, e sim sobre propósito e produto. Posicionar marca, gerar vendas e construir autoridade são consequências de um conteúdo pensado a partir da dor da audiência.”
A importância do líder e as métricas reais
Outro ponto destacado é a presença do líder. “Na maioria dos casos, sim. Marcas são abstrações, mas pessoas geram conexão. Quando o fundador ou líder aparece, ele humaniza a comunicação e reforça a autoridade por estar associado aos valores da empresa.”
Por fim, Robson redefine as métricas de sucesso. “Curtidas, alcance e comentários, quando gerados por conteúdo estratégico, são leads qualificados. Crescer de verdade exige mais que técnicas: demanda estratégia, diagnóstico e propósito.”

