Alerta para a necessidade urgente de adaptação, destaca que a mudança vai além dos tributos e impacta diretamente a estratégia empresarial

A tão debatida reforma tributária, apesar do nome, promete uma transformação profunda no cenário empresarial brasileiro, transcendendo a mera discussão sobre alíquotas e emissão de notas fiscais. Segundo o tributarista Lucas Ribeiro, CEO da ROIT, empresa especializada em inteligência artificial para gestão contábil, fiscal e financeira, as mudanças em curso representam um verdadeiro “abalo sísmico” nos negócios. Para as empresas que ainda não se atentaram para a questão, a adaptação estratégica não é uma opção, mas sim uma necessidade para sobreviver e prosperar no novo ambiente competitivo.

Lucas Ribeiro, que acompanha de perto os debates sobre a reforma desde 2019 e participou ativamente das discussões no Congresso Nacional, enfatiza que as alterações trarão consequências significativas para os preços dos produtos e serviços, as negociações comerciais, os contratos existentes e o capital de giro das empresas. “Essa reforma não é sobre tributos, é sobre negócios”, resume o especialista, sublinhando a amplitude e a profundidade das mudanças.

Preços sob Nova Lógica: Um Cálculo Complexo e Crucial

Um dos primeiros e mais complexos desafios impostos pela reforma tributária reside no recálculo dos preços de venda. O fim do sistema que embutia custos tributários ao longo da cadeia produtiva exigirá uma revisão completa das estratégias de precificação. A tarefa envolve analisar margens de lucro, ajustar markups e, crucialmente, manter a competitividade sem incorrer em prejuízos. Para Lucas Ribeiro, a adaptação aos novos preços não é negociável. “Empresas que entenderem a dinâmica tributária em cada etapa da cadeia terão uma vantagem significativa nas negociações e na lucratividade”, afirma.

Negociações e Contratos: Uma Revisão Estratégica Urgente

A nova sistemática tributária também lança um olhar crítico sobre as relações contratuais. Cláusulas que antes poderiam parecer secundárias ganham agora uma relevância crucial. A definição de quem arcará com o impacto tributário e como ajustar contratos de longo prazo com fornecedores e clientes estratégicos tornam-se pontos centrais de discussão. “Se a empresa ainda não iniciou a revisão de seus contratos e a renegociação de condições, está correndo um risco considerável”, adverte Ribeiro, complementando que a falta de especificidade tributária em contratos pode gerar custos inesperados de grande monta.

Capital de Giro em Alerta: O Impacto Silencioso

Outro ponto de atenção destacado pelo tributarista é o impacto direto no capital de giro das empresas. A transição para um sistema de crédito financeiro, onde o aproveitamento do crédito tributário estará condicionado ao efetivo recolhimento pelo fornecedor, demandará uma maior disponibilidade de caixa. Os prazos entre o pagamento a fornecedores e o recebimento de clientes precisarão ser gerenciados com precisão cirúrgica. “Empresas com menor acesso a capital podem enfrentar desafios ainda maiores. É o momento de avaliar linhas de crédito e fortalecer o caixa preventivamente”, aconselha Ribeiro.

A Hora da Ação: Preparação Estratégica é Fundamental

Diante desse cenário de transformações iminentes, a procrastinação se configura como o principal obstáculo para as empresas. Aquelas que se prepararem proativamente, investindo em tecnologia para compreender os detalhes da reforma e ajustar seus processos internos, sairão na frente. Para Lucas Ribeiro, o ponto de partida essencial é dimensionar os impactos específicos da reforma em cada negócio e, a partir dessa análise, estabelecer um plano estratégico robusto, com ações claras e obrigatórias para garantir a adaptação bem-sucedida ao novo sistema tributário.

Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *