Medida do governo americano afeta diretamente pequenos e médios empresários, encarecendo produtos e exigindo ações jurídicas e estratégicas para evitar prejuízos maiores

Empreendedores brasileiros que atuam no mercado internacional, especialmente nos Estados Unidos, enfrentam novos obstáculos com a recente imposição de tarifas sobre produtos importados do Brasil. A medida, autorizada pela legislação americana Trade Expansion Act sob o argumento de segurança nacional, impacta diretamente setores como aço, alumínio, alimentos industrializados e commodities agrícolas, mas também atinge com força o comércio de pequeno porte, como e-commerces, mercearias e restaurantes voltados à comunidade imigrante.

Impacto direto no custo e na operação

O chamado “tarifaço” resulta em aumento dos custos operacionais, elevação de preços para o consumidor final e redução das margens de lucro, forçando os empreendedores a reverem seus modelos de negócios. A instabilidade cambial e a perda de competitividade também agravam o cenário.

“Não se trata apenas de um ajuste tributário, mas de um reposicionamento forçado que exige domínio sobre regimes de importação, tratados bilaterais e regras da Organização Mundial do Comércio (OMC)”, explica a advogada internacional Rita Silva, autora da análise e especialista em direito aduaneiro e comércio exterior.

13 mil negócios liderados por brasileiros nos EUA

Segundo o U.S. Census Bureau, mais de 13 mil negócios são liderados por brasileiros nos Estados Unidos. Muitos deles dependem da importação de produtos do Brasil e agora precisam agir rapidamente para mitigar os efeitos das novas tarifas. A recomendação é buscar assessoria especializada e tomar decisões baseadas em análises técnicas e jurídicas.

“Reestruturar a cadeia de suprimentos, substituir produtos por equivalentes de outros países, revisar contratos e classificar corretamente os itens são ações que precisam de embasamento legal e conhecimento técnico para evitar prejuízos ainda maiores”, destaca Rita.

Brasil tenta negociar redução e adiamento

Diante da gravidade da medida, o governo brasileiro avalia pedir a redução das tarifas para 30% e o adiamento da aplicação por 90 dias. No entanto, o trâmite diplomático é lento e não atende à urgência dos pequenos empresários, que já sofrem os impactos diretos da decisão americana.

“Enquanto os governos negociam, o prejuízo já chegou ao empreendedor”, afirma a advogada. Ela reforça que medidas como a revisão de contratos, reestruturação logística e análise tributária devem ser feitas com o apoio de profissionais qualificados.

Assessoria jurídica é essencial para enfrentar o cenário

Além das decisões estratégicas, a orientação jurídica torna-se fundamental para identificar oportunidades legais que possam aliviar os impactos. Uma classificação fiscal incorreta, por exemplo, pode acarretar o pagamento de tributos acima do necessário. Por outro lado, o conhecimento detalhado das regras internacionais pode viabilizar regimes especiais e benefícios previstos em acordos bilaterais.

“Em tempos de instabilidade, improvisar é um risco caro. Informação, estratégia e apoio jurídico são os ativos mais valiosos para garantir a continuidade e o crescimento de qualquer negócio que cruze fronteiras”, conclui Rita Silva.

Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *