Avanço tecnológico e reconfiguração do comércio internacional abrem caminho para o Brasil ampliar sua presença no mercado externo
O recente aumento das tarifas sobre produtos chineses pelos Estados Unidos está redesenhando as cadeias globais de fornecimento e abrindo novas oportunidades para o agronegócio brasileiro. A mudança na escolha de fornecedores favorece países como o Brasil, que já vive um momento positivo no setor. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, só em janeiro de 2025, o país exportou US$ 11 bilhões, o segundo maior valor da série histórica para o período, além de registrar a abertura de 25 novos mercados desde 2023.
Condições favoráveis ao crescimento
A valorização do dólar, os investimentos em infraestrutura logística e as melhorias nas safras fortalecem ainda mais as perspectivas para o aumento das exportações agropecuárias. Para que o setor aproveite esse cenário e mantenha o ritmo de crescimento sustentável, a tecnologia desempenha papel fundamental.
“A correta visibilidade das transações internacionais é essencial para a projeção de negócios e a tomada de decisão adequada”, destaca Thales de Lima, especialista em comércio exterior.
Tecnologia como diferencial competitivo
A adoção de plataformas digitais permite maior integração entre agentes aduaneiros, automação de processos e redução da burocracia, além de garantir maior rastreabilidade e eficiência operacional. Entre os avanços, destaca-se o uso de soluções tecnológicas no controle de regimes especiais como o drawback, que vinculam importações às exportações para garantir incentivos fiscais.
Na importação de produtos biológicos, como sementes e defensivos químicos, a automação acelera autorizações, controla variações de preço e peso, e assegura conformidade com os requisitos do LPCO (Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos).
Rastreabilidade e conformidade internacional
Na exportação de produtos de origem animal, a rastreabilidade exigida por normativas internacionais — como o Certificado Halal, necessário para atender mercados do Oriente Médio — pode ser garantida por meio de plataformas digitais, que acompanham todo o processo produtivo, do abate ao mercado consumidor.
No campo cambial, a tecnologia também facilita a adequação às normas brasileiras e às variações de câmbio, automatizando o controle e a emissão de documentos como a DUIMP (Declaração Única de Importação) e a DUE (Declaração Única de Exportação).
“O uso da tecnologia assegura conformidade regulatória, reduz custos, mitiga riscos e aumenta a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional”, conclui Thales.

