Fonte: startups.com.br. Por: Leandro Miguel Souza
Novo caso de corte coletivo no quadro funcional reforça tendência de demissões em massa em empresas de tecnologia, cada vez mais recorrentes
AWildlife Studios, unicórnio brasileiro do desenvolvimento de games, fez, novamente, uma demissão em massa. O passaralho de agora reduziu em 13% o quadro de colaboradores da companhia. Em novembro do ano passado, a empresa já tinha demitido cerca de 20% da sua equipe.
A informação foi divulgada pelo site Drops de Jogos, após apurar com fontes ligadas ao estúdio. Depois, o corte foi confirmado pela própria Wildlife, que alegou estar passando por uma “reestruturação organizacional”. Segundo dados da página do estúdio no LinkedIn, a empresa conta atualmente com 825 colaboradores – ou seja, aproximadamente 100 pessoas foram impactadas pela decisão. Na rede, diversos relatos de funcionários demitidos foram publicados nas últimas 24 horas.
“A decisão faz parte de uma movimentação estratégica para tornar a empresa enxuta e ágil e não impacta os nossos investimentos em novos jogos”, afirmou a companhia em nota enviada à imprensa.
Segundo outras informações que circulam em redes sociais, o enxugamento na operação da Wildlife pode ter eliminado times inteiros dentro da organização, como é o caso do escritório da empresa na Irlanda, que teria encerrado totalmente as suas atividades.
Longa lista de demitidos
O corte aumenta consideravelmente a contagem de nomes dispensados pelo estúdio. Em novembro do ano passado foram mais de 300 pessoas desligadas, afetando profissionais no Brasil, Argentina, Espanha e EUA de diversas áreas, mas principalmente de desenvolvimento de jogos como artistas de 2D e 3D e animadores. Na época, a página oficial da Wildlife no LinkedIn mostrava que a companhia tinha mais de 1.100 funcionários. Na época a companhia justificou o passaralho, dizendo que estava interrompendo iniciativas que não sejam focadas em mobile games para aumentar o foco no desenvolvimento de jogos.
É uma queda e tanto para uma startup que em 2020 era vista como a “next big thing” no segmento de games, após ser avaliada em US$ 3 bilhões, com uma rodada de US$ 120 milhões liderada pelo fundo americano Vulcan Capital, braço de investimento da empresa filantrópica criada pelo cofundador da Microsoft, Paul Allen, falecido em 2018. A Vulcan tem um histórico de investimentos em games. Ela liderou a rodada de US$ 1,25 bilhão de dólares da Epic Games, companhia por trás do sucesso Fortnite – e que recentemente comprou o estúdio brasileiro Aquiris.
*Leandro Miguel Souza é jornalista especializado na área de TI, cobrindo pautas de tecnologia, negócios e inovação há mais de 10 anos, em passagens por diversos veículos do segmento, como Baguete Diário, Canaltech e Manual do Usuário. Um apaixonado por formas inusitadas e (por quê não?) inovadoras de criar conteúdos, contando com uma pós-graduação em Jornalismo Multimídias.