O afroturismo é uma abordagem que abraça a diversidade em todas as suas formas, incluindo a diversidade étnica, cultural e religiosa originários do continente Africano. Contempla também aspectos de ancestralidade, comportamento e memória, território e sustentabilidade. (Saiba mais aqui)
O objetivo principal é promover, potencializar, valorizar a história e herança africana através de seus costumes, gastronomia, crença, festivais, arte e todas as demais manifestações. Neste novo cenário pós-covid, o comportamento humano, seus desejos, sonhos e necessidades, passaram por transformações e mudanças comportamentais. E no turismo não foi diferente, a necessidade de experiências reais próxima a realidade fez aumentar o desejo de conhecer e se aproximar de culturas e histórias.
O legado afro-cultural é gigante e desenvolver políticas públicas através de manifestações verdadeiras, carregadas de significado, leva o Turismo a um cenário espetacular, com vivências e experiências inusitadas que agregam conhecimento, quebram barreiras e preconceitos.
Neste sentido, no turismo internacional alguns destinos começam a se destacar: Colômbia, Cuba, Tanzânia, entre outros. São roteiros criados que incluem museus, aldeias, culinária e Viñales (quilombos de negros e indígenas).
Aqui no Brasil existem alguns exemplos incríveis:
Recife
Pátio do terço – Local que reúne blocos de maracatu no Carnaval, quando se realiza a Noite dos Tambores Silenciosos (saudação às religiões de matriz africana).
Pátio São Pedro – onde ocorre a Terça Negra, evento com grandes coletivos de cultura afro locais.
Mercado de São José, Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e a Cruz do Patrão.
Salvador
-Muncab – Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira.
-Memorial Mãe Menininha do Gantois – Criado em 1992 é um dos terreiros mais famosos da Bahia.
-Casa do Benin – Inaugurado em 1988, possui acervo artístico cultural afro brasileiro com mais de 200 peças originárias do Golfo de Benin.
-Mafro – Museu Afro-Brasileiro – Local onde funcionou a primeira Escola de Medicina do Brasil.
Possui mais de 1100 peças de cultura material africana e afro-brasileira.
Rio de Janeiro
-Largo de São Francisco da Prainha – Local já funcionou como mercado de pessoas escravizadas, antes da existência do Cais do Valongo, e após a abolição os negros encontraram ali um local para morar.
-Cais do Valango – Foi construído em 1811 para ser o local de desembarque e comércio de escravos africanos. O mercado de escravos se intensificou a partir da construção do cais e estima-se que o local foi a porta de entrada de cerca de 1 milhão de escravos africanos.
-Pedra do Sal – Foi na Pedra do Sal que começou a disseminação do Candomblé no Rio de Janeiro e na década de 1930, o local foi o berço do samba carioca.
São Luís
-Museu Cafuá das Mercês, importante acervo de vestimentas, objetos, fotografias, objetos religiosos, dedicado a memória negra da cidade.
-Tambor de Mina – Casas religiosas.
São Luís também é conhecida como a capital nacional do Reggae.
Eu poderia ainda descrever outros lugares incríveis, pois o potencial é gigante e muito próximo a todos nós. Mas vou parando por aqui, por ora, e deixo uma reflexão: o quão valorizamos a nossa história e estamos dispostos a conhece-la?
Viajar na história é se abrir para o novo, é se permitir, sem fazer nenhum julgamento de valor, somente adquirir conhecimento e deixar nossos dias mais leves, sem discriminação ou julgamentos.
O Afroturismo veio para ficar. Pense nisso.
Pós-graduada em Habilidades Gerenciais, com formação em Marketing e pós-graduada em ESG (Environmental, Social and Governance) e Habilidades Gerenciais, possui vasta experiência na área de Turismo. Atualmente é gestora Executiva e Relacionamento do Atibaia e Região Convention e Visitors Bureau. Empresária e consultora, participante do Conselho de Turismo, Conselho Estatual do Monumento Natural da Pedra Grande e Conselho do Parque Grota Funda. Defensora do cooperativismo e associativismo, sempre conectada aos principais temas relacionados ao Turismo, onde atua há 23 anos.