Especialista conta quais são os aperfeiçoamentos que podem ampliar a quantidade de acessos, garantir a fidelização do público e intensificar as conversões
Se tem uma coisa que todos os grandes e-commerces fazem é acompanhar constantemente as diversas métricas de desempenho que informam se os consumidores estão tendo uma boa experiência de compra ou não. Isso porque essa experiência é o que define se um usuário sai do site ou se torna um cliente. Saber controlar esse cenário é essencial para quem quer alavancar um e-commerce.
Esse contexto não se trata apenas da quantidade de acessos ou de vendas, mas também de todos os modos como o usuário chega, usa e sai da plataforma. Quem sabe identificar o que deve ser melhorado, conquista o mercado.
Felipe Jordan, Gerente de SEO e CRO da agência full service Adtail, afirma que existem muitas questões influenciando o desempenho de um e-commerce. “Fatores como usabilidade, clareza das informações e segurança são muito importantes. Eu diria que algumas otimizações são fundamentais para garantir esses pontos e as grandes plataformas investem bastante nisso.”
O especialista reuniu algumas das principais dicas que tratam dessas otimizações. Confira:
1. Ajuste a velocidade de carregamento
“A velocidade é um dos principais pilares que definem a retenção do usuário, uma boa experiência com a marca, com o ambiente virtual e a fluidez na navegação para que a compra aconteça”, explica Felipe. Pesquisa do Think With Google mostra que quanto mais tempo uma página leva para carregar, maior as chances do usuário abandoná-la. Se levar até 5 segundos, a probabilidade de abandono cresce 90%. Se levar até 10 segundos, vai para 123%.
Existem vários fatores que podem causar o problema e, portanto, diversos caminhos podem solucionar a questão. “Uma vez que a estrutura principal da página são os códigos que o navegador interpreta, para otimizar o tempo de carregamento é preciso realizar ações de correção do código, como excluir APIs não utilizadas, aprimorar a ordem e cadência de carregamento de elementos visuais, retirar CSS não utilizado, além de aplicar técnicas como Lazy Loading, que adia a inicialização de determinados itens até que eles sejam necessários”, diz o especialista.
Na prática, isso significa: otimização de imagens para que não pesem muito, testes constantes de performance, análise recorrente das métricas de performance e ter uma boa estrutura de código. Outra dica que o especialista recomenda é o uso de uma Content Delivery Network (CDN). “Uma vez que armazena conteúdo em cache mais próximo dos usuários, uma CDN auxilia e garante carregamento mais rápido do site, bem como ajuda na segurança do ambiente virtual, mitigando os ataques maliciosos que tem como objetivo sobrecarregar um servidor (DDoS), melhorando os certificados de segurança e outras otimizações para esse fim”, ressalta.
2. Otimize a experiência para dispositivos móveis
De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 87% das compras online foram realizadas por meio de smartphones. “O acesso à internet é massivo em dispositivos mobile.” Para Felipe, garantir uma boa experiência de compra e navegação, um ambiente intuitivo e simples de utilizar e uma performance de carregamento saudável são essenciais para o sucesso da experiência de compra.
O especialista indica ainda que é preciso manter a otimização. Erros de layout, bugs durante o processo de compra — como adição involuntária de produtos no carrinho — ou demora no carregamento de páginas se torna ainda mais grave e impactante no mobile, uma vez que os erros são mais visíveis e atrapalham a navegação devido ao tamanho reduzido da tela. Isso acaba diminuindo drasticamente as chances de conversão.
Assim como no tópico anterior, os testes frequentes são essenciais para identificar o problema e solucioná-lo. Também é importante conhecer a capacidade da plataforma para o mobile. Limitações técnicas podem inviabilizar a gestão do e-commerce.
3. Garanta a segurança de sua plataforma
A AVG, desenvolvedora de produtos para segurança online, detectou em um estudo que a falta de credibilidade e confiança ao realizar transações online estão entre as questões que mais influenciam a decisão de compra para mais de 35% dos consumidores. “A estrutura de código é o ponto inicial para garantir a segurança, bem como o próprio desempenho da página. Recomendo sempre manter os certificados de segurança ativos e atualizados e evitar a instalação de APIs que pareçam cheias de funcionalidades, mas estranhamente baratas ou gratuitas, de fornecedores desconhecidos. É fundamental conferir a origem de qualquer modificação na loja”, explica Jordan.
O especialista finaliza com um resumo dos dados que devem ser observados para conseguir colocar em prática todas as dicas acima: preste muita atenção às seguintes métricas: Tempo de Carregamento da Página, Taxa de Rejeição, Páginas por Sessão e Dispositivos. Elas podem indicar problemas de usabilidade e erros no site. Ao mesmo tempo, taxas de Receita, de Conversão e Taxa de Saída podem indicar os impactos desses erros e oportunidades diretas que seu e-commerce pode estar perdendo. “Algumas ferramentas que podem auxiliar nisso são a Clarity e a Hotjar, que mostram o comportamento dos usuários e pontos de atenção durante a navegação do site”, conclui.