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Nessa semana um fato, aparentemente distante do radar das pequenas e médias empresas (PMEs), tem atiçado o mercado financeiro e de capitais: a performance do Ibovespa, que ultrapassou 133 mil pontos. Em que pese os impactos dos conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia, no curto prazo isso pode ser explicado pelo que está ocorrendo nos EUA: expectativa de recuperação da economia, aumento nas vendas no varejo, queda na inflação e redução no nível de pedidos de seguro-desemprego.

Tais fatos elevaram a expectativa de gradual redução na taxa de juros nesse país, contribuindo para atenuar a valorização da taxa de câmbio no Brasil. Isso ocorre porque tende a afetar essa, especialmente em mercados emergentes. Se a moeda local se valoriza, ocorre redução nos custos de importação de matérias-primas e insumos, afetando diretamente os custos operacionais das empresas. A redução dos juros nos EUA também leva os investidores a aplicar em mercados emergentes.

Além disso, os fatores que contribuíram para o aumento do Ibovespa subir foram: a boa performance registrada nos Demonstrativos Contábeis trimestrais das empresas listadas na Bolsa de Valores; queda na taxa de desemprego; otimismo quanto ao crescimento das vendas no varejo; tendencia de investimentos na conquista e retenção de mercados, sobretudo no segmento online; expectativas de aumentos na distribuição de lucros aos acionistas; perspectivas de expansão e fortalecimento das empresas devido ao lançamento de novos produtos e processos produtivos; resquícios da tendencia de aumento de fusões e aquisições de empresas, iniciada em 2022.

Nesse contexto, é importante destacar que os movimentos da Bolsa de Valores têm impactos indiretos significativos na performance das PMEs. Quando o mercado de ações está menos volátil e em alta, indica otimismo por parte dos investidores e instituições financeiras, fato que contribui para a redução das taxas de juros empregadas nas contratações de empréstimos e financiamentos, tornando o crédito mais atraente para o financiamento das PMEs.

Além disso, as PMEs dependem de investidores ou de captação de recursos e podem se beneficiar em momentos de altas do mercado, pois as grandes empresas tendem a investir em novos negócios ou se engajar em processos de expansão envolvendo estas.

Um mercado de ações em alta sinaliza otimismo do mercado quanto a performance da economia. Isso pode levar as grandes empresas a realizarem novos e investimentos, afetando diretamente o fluxo de caixa das PMEs; afinal, as vendas dessas são influenciadas direta e indiretamente pelas atividades produtivas e de investimento destas.

Nos momentos nos quais o mercado está em alta, também ocorre uma maior disposição para investir em inovação e as PMEs podem aproveitar o clima favorável para firmar novas parcerias. De fato, empresas maiores aproveitam sua valorização para adquirir concorrentes menores ou investir em novas tecnologias beneficiando as PMEs.

Finalmente, independente do setor de atividade em que as PMEs atuem (indústria, comercio ou serviços) as empresas precisam investir em ativos: novas tecnologias, máquinas, equipamentos, instalações, utensílios, estoques, tecnologias de comunicação e informação (TIC’s), dentre outros. É por meio do uso produtivo desses recursos que essas operam, ou seja, adquirem a capacidade de ofertar maior volume de bens e ou serviços no mercado. No entanto, não há investimento em ativos sem que haja expansão do mercado e nas fontes de financiamento, sendo essas: aportes de capital dos sócios, retenção de lucros obtidos, contratação de empréstimos e financiamentos e, no caso de grandes empresas, emissão de novos títulos no mercado de capitais.

Do ponto do ponto de vista dos investidores que atuam no mercado de capitais, o principal título negociado são as ações. Ao adquiri-las esses se tornam sócios da empresa e passam a auferir retorno de duas formas: ganho de capital (GC) e de dividendos (Div). O primeiro decorre da valorização do preço das ações. Por exemplo, se o investidor compra uma ação por $25 e, após alguns dias, essa passa a valer $35 obterá GC de $10, caso a venda. Já o segundo decorre da distribuição de lucros obtidos pela empresa.

Há sempre riscos de investir em ações, pois a cotação dessas reagem rapidamente a mudanças nos cenários econômico, político e empresarial. No entanto, as expectativas otimistas dos investidores têm importante papel, fato que também explica a atual performance da Bolsa de Valores.

Em que ainda pesem certas incertezas oriundas do cenário político local, em ano de eleições e em meio as reformas econômicas em curso cujo impacto ainda é uma incógnita, ao menos no curto e no médio prazo o cenário é promissor. Por essas razões é hora de se organizar para aproveitar a janela de oportunidades para prospectar, desenvolver e firmar novas parcerias.

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1 comentário

  1. professor Marcello,

    Parabéns pelo conteúdo muito bem explanado.

    att,

    Valderi Costa

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