Relatório revela que 27% dos trabalhadores buscam novas oportunidades devido à insatisfação com o retorno ao presencial, destacando a importância de modelos híbridos

Empresas que insistem no modelo 100% presencial estão enfrentando dificuldades para reter talentos e manter o engajamento das equipes. O relatório State of Hybrid Work 2024, da Owl Labs, aponta que 27% dos trabalhadores buscam novas oportunidades de emprego, muitas vezes motivados pela insatisfação com o retorno ao trabalho presencial imposto pelas organizações. Além disso, 25% dos trabalhadores relatam que suas empresas mudaram as políticas de trabalho híbrido ou remoto no último ano, gerando descontentamento.

Cultura corporativa e retenção de talentos
Um dos principais desafios enfrentados pelas empresas é a resistência ao retorno presencial. Segundo o relatório, 50% dos trabalhadores acreditam que a presença no escritório é exigida apenas para ocupar imóveis corporativos, e 91% afirmam que só aceitariam o modelo presencial se as condições oferecidas fossem atrativas. Entre as demandas mais citadas estão aumento salarial (41%), trajetos mais curtos (28%) e espaços privativos no ambiente de trabalho.

“A flexibilidade deixou de ser um diferencial e se tornou uma necessidade. Ignorar essa realidade pode aumentar a rotatividade e reduzir o engajamento das equipes”, alerta Carolina Valle Schrubbe, fundadora da QUARE e especialista em desenvolvimento de pessoas. Ela destaca que, para empresas que exigem presença física, é essencial oferecer benefícios relevantes, como melhores condições de trabalho e oportunidades de desenvolvimento.

Impactos financeiros e novos hábitos dos trabalhadores
O custo do trabalho presencial também pesa na decisão dos profissionais. O estudo aponta que trabalhadores híbridos gastam, em média, US$ 61 por dia no escritório, enquanto o custo diário do home office é de US$ 19. Esse aumento nos gastos faz com que muitos trabalhadores esperem aumentos salariais ou, em alguns casos, aceitem menores remunerações em troca de maior flexibilidade.

Além disso, cerca de 22% dos trabalhadores estão estabelecendo limites claros no trabalho, recusando tarefas fora de suas funções ou comunicações fora do horário de expediente.

O futuro do trabalho: flexibilidade como estratégia
Com os avanços tecnológicos e mudanças culturais, modelos de trabalho flexíveis têm se mostrado essenciais para a retenção de talentos e aumento da produtividade. Segundo Carolina Schrubbe, a adaptação às demandas dos profissionais é crucial para criar um ambiente de trabalho sustentável e produtivo.

“A flexibilidade permite que os funcionários adaptem seu trabalho ao seu estilo de vida, aumentando sua satisfação e desempenho. Mais do que a presença física, o que realmente importa é ter colaboradores dedicados e engajados, seja onde estiverem”, conclui.

Para empresas que desejam prosperar na nova realidade, a lição é clara: adaptar-se aos novos hábitos e expectativas dos profissionais é essencial para construir um ambiente de trabalho produtivo e sustentável.

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