Práticas de sustentabilidade ambiental, social e de governança moldam negócios e promovem mudanças estratégicas nas empresas brasileiras
O cenário global está marcado por eventos extremos como ondas de calor, mudanças climáticas severas, conflitos geopolíticos e transformações econômicas. Essas realidades refletem diretamente nas dinâmicas empresariais, consolidando o ESG (ambiental, social e governança) como um pilar essencial para o futuro dos negócios.
Segundo Aline Oliveira, diretora da IntelliGente Consult, 80% das corporações globais já reconhecem a sustentabilidade como prioridade estratégica, enquanto 75% buscam profissionais qualificados em ESG para liderar essas transformações. “O ESG conecta equipes, amplia portfólios e atrai novos mercados, tornando-se indispensável também para as empresas brasileiras”, afirma.
Adaptação às normas internacionais e impactos no Brasil
As normas IFRS S1 e S2, que entrarão em vigor em 2026, obrigam empresas de capital aberto a integrar indicadores ESG aos relatórios financeiros. “Essas normas fornecem um framework global para relatórios consistentes sobre sustentabilidade e mudanças climáticas, conectando resultados financeiros a práticas ESG”, explica Oliveira.
A cadeia de fornecimento, especialmente o escopo 3 (relativo aos fornecedores), será um dos focos principais. Empresas listadas na Bolsa já estão ajustando processos para mensurar a pegada de carbono, um indicador que será cada vez mais exigido pelo mercado financeiro.
Transformações no trabalho e novas gerações
A Geração Z, que compõe o grupo nascido entre 1997 e 2010, tem introduzido mudanças significativas nas empresas. “Esse público valoriza propósito, qualidade de vida e flexibilidade, além de esperar que as organizações priorizem saúde mental e uso estratégico de inteligência artificial”, comenta Oliveira.
Ao mesmo tempo, as empresas precisam se preparar para o envelhecimento dessa geração e a inclusão de profissionais mais experientes no mercado. “Modelos que integram colaboradores mais velhos são fundamentais para garantir planejamento e conhecimento estratégico”, ressalta Fernanda Toledo, CEO da IntelliGente Consult.
ESG para pequenas e médias empresas
Para as PMEs, a implementação de ESG é desafiadora devido ao retorno em médio prazo, mas já se observa progresso. “Muitas pequenas empresas já iniciam práticas como eficiência energética e reaproveitamento de materiais. É um movimento estratégico para se diferenciar no mercado”, observa Toledo.
A busca por parcerias e incentivos, além de relatórios transparentes, tem sido um passo inicial para essas empresas, alinhando ações locais ao contexto global.
O futuro das práticas ESG
Até 2030, 75% das empresas globais devem adotar formalmente práticas ESG, impulsionadas por regulamentações, pressão de stakeholders e mudanças nas demandas de mercado. “As empresas brasileiras precisam agir agora, com planejamento e orientação especializada, para acompanhar essa tendência irreversível”, conclui Toledo.