Especialista aponta as novas habilidades exigidas pelo mercado de trabalho e destaca a importância do desenvolvimento de competências interpessoais
Um artigo do World Economic Forum, intitulado “Estas são as 10 principais competências profissionais do futuro – e quanto tempo demora a aprendê-las”, aponta que 50% dos profissionais precisarão passar por requalificação até 2025 devido ao avanço das novas tecnologias.
Além disso, a pesquisa revela que cerca de 40% dos trabalhadores necessitarão de qualificação adicional para enfrentar os desafios do mercado de trabalho nos próximos anos. “As habilidades como pensamento crítico e resolução de problemas são destacadas pelos empregadores como essenciais para o futuro. Além disso, competências de autogerenciamento, como aprendizado ativo, resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade, tornam-se cada vez mais relevantes”, afirma o especialista em negociação e palestrante Marcus Coelho.
A importância das soft skills e hard skills
O impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho reforça a necessidade de equilíbrio entre habilidades técnicas (hard skills) e interpessoais (soft skills). As hard skills envolvem conhecimentos específicos sobre ferramentas, processos e tecnologias, como programação, contabilidade e enfermagem. Já as soft skills estão ligadas às interações humanas, como comunicação, empatia, criatividade e liderança.
“Habilidades interpessoais permitem que os profissionais se destaquem em um mercado cada vez mais automatizado. Embora o conhecimento técnico continue essencial, a inteligência emocional, a capacidade de negociação e o pensamento crítico são fatores que diferenciam os trabalhadores”, explica Coelho.
Empresas priorizam habilidades interpessoais
Coelho cita o professor Andrea Iorio, da Fundação Dom Cabral, que destaca a crescente valorização das soft skills. Segundo uma pesquisa do Instituto Dale Carnegie, 73% dos líderes empresariais acreditam que as habilidades interpessoais serão fundamentais para manter a competitividade diante da IA e da automação. No entanto, apenas 40% dos entrevistados afirmam ter recebido treinamento em comunicação recentemente, enquanto a porcentagem é ainda menor para criatividade (30%), pensamento crítico (27%) e inteligência emocional (19%).
O especialista ressalta que o mercado já reflete essa mudança. “As empresas estão cada vez mais conscientes da importância dessas habilidades. Um estudo da Deloitte aponta que as soft skills se tornarão um dos principais critérios de avaliação em processos seletivos. Isso já pode ser observado no uso frequente de testes psicométricos e simulações de problemas reais durante as contratações”, acrescenta Coelho.
Com a rápida evolução da inteligência artificial, a necessidade de adaptação profissional torna-se mais evidente. “Ao nos aproximarmos da era da IA, precisamos equilibrar habilidades interpessoais e técnicas, garantindo que os profissionais estejam preparados para um futuro em que colaboração e criatividade serão diferenciais ainda mais importantes”, conclui o especialista.