Levantamento do FGV IBRE aponta variação de 1,60% em 12 meses nos preços de produtos típicos de festa junina, com altas e quedas entre os principais itens
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) divulgou um levantamento que mostra que os alimentos típicos de festas juninas registraram uma inflação acumulada de 1,60% em 12 meses, percentual inferior ao índice geral do IPC-M, que ficou em 4,56%. Apesar da média mais baixa, alguns itens seguem pesando no bolso do consumidor.
Quedas expressivas em produtos derivados do milho
Ao contrário do cenário de 2024, quando a batata-inglesa liderava a inflação com alta de 42,16%, este ano o produto registrou queda de 26,28%. Derivados do milho também apresentaram recuos importantes: o fubá de milho caiu 8,10%, o milho em conserva, 5,99%, e o milho de pipoca, 5,22%.
Altas em ovos, aipim e doces
Por outro lado, itens bastante utilizados nas receitas juninas apresentaram aumentos expressivos. Os ovos subiram 15% em 12 meses, o aipim/mandioca teve alta de 13,03%, o leite de coco subiu 12,96% e doces e chocolates, 12,81%.
Ritmo de aceleração desacelera em comparação a 2024
“Os números mostram que a cesta de produtos tipicamente consumidos nas festividades juninas está reduzindo seu ritmo de aceleração em 12 meses, desde o ano passado”, explica Matheus Dias, economista do FGV IBRE. “Itens que estavam entre os vilões, hoje figuram entre as principais quedas: arroz, milho e derivados, batata-inglesa e batata-doce lideram as maiores quedas”, completa.
Clima e produtividade influenciam os preços
Segundo o pesquisador, as condições climáticas e as expectativas de safras robustas têm impacto direto na variação dos preços, especialmente dos produtos in natura. “À medida em que as projeções convergem para o volume esperado com dados positivos sobre levantamento de safra, os preços tendem a reagir de forma mais significativa ao cenário de maior oferta nos meses à frente”, afirma.
Inflação mais comportada em 2025
Apesar de algumas altas, o cenário atual é considerado mais estável se comparado ao ano passado. “Embora este ano a cesta tenha apresentado diversos produtos com altas intensas de preços em 12 meses, observa-se uma tendência de preços mais bem-comportados, com menor volatilidade ao longo desse ano”, conclui Dias.

