Modelos como BAAS e Open Finance permitem que empresas não bancárias ofereçam contas, crédito e meios de pagamento de forma integrada

O mercado global de fintechs deve crescer, em média, 23% ao ano até 2028, segundo a consultoria Allied Market Research. Esse avanço é impulsionado por soluções como Banking as a Service (BAAS) e Open Finance, que permitem que empresas fora do setor bancário — como varejistas, farmácias e marketplaces — passem a oferecer serviços financeiros diretamente aos seus clientes.

Essa transformação acontece por meio da integração de APIs, que conectam instituições financeiras reguladas a aplicativos e plataformas de diversos setores. A expectativa é que, já em 2025, aplicativos com funcionalidades bancárias integradas se tornem padrão entre negócios de diferentes segmentos.

Segundo Rafael Franco, CEO da Alphacode, empresa especializada no desenvolvimento de plataformas digitais, essa nova fase representa uma mudança estrutural no sistema financeiro. “Estamos diante de um novo ciclo, em que qualquer empresa pode se tornar uma provedora de soluções bancárias. O BAAS permite que marcas diversifiquem a receita e aumentem a retenção de clientes com experiências integradas”, afirma.

O que é o Banking as a Service

O BAAS é uma arquitetura tecnológica que viabiliza a oferta de produtos bancários por meio de APIs fornecidas por instituições autorizadas. Dessa forma, empresas que não são bancos podem oferecer contas digitais, cartões ou crédito sem passar pelos trâmites regulatórios exigidos às instituições tradicionais.

Na prática, isso significa que empresas ampliam sua atuação, criam ecossistemas próprios e agregam novos serviços com potencial de receita adicional. A estratégia também fortalece a fidelização dos clientes ao concentrar diferentes soluções em uma única plataforma.

Open Finance e mudança no consumo

O modelo de Open Finance, regulamentado pelo Banco Central no Brasil, permite o compartilhamento de dados financeiros entre instituições com o consentimento do usuário. Aliado ao uso de carteiras digitais como Apple Pay e Google Pay, o modelo amplia a conveniência e acelera o consumo.

De acordo com a consultoria McKinsey, consumidores que usam carteiras digitais gastam, em média, 30% mais do que aqueles que utilizam dinheiro em espécie — um indicador do impacto da personalização e da agilidade no comportamento do consumidor.

A expectativa do setor é que a união entre BAAS, Open Finance e tecnologias digitais continue remodelando a forma como os serviços financeiros são distribuídos, com protagonismo crescente de empresas fora do sistema bancário tradicional.

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