O Índice de Confiança da Construção (ICST) do FGV IBRE caiu em maio, atingindo o menor nível desde janeiro deste ano
O Índice de Confiança da Construção (ICST) do FGV IBRE caiu 1,4 ponto em maio, para 94,0 pontos,
menor nível desde janeiro deste ano (93,6 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice ficou
estável ao variar 0,1 ponto.
“A confiança da construção voltou a oscilar para baixo como resultado da deterioração das
expectativas e da avaliação da situação corrente. O movimento foi generalizado, atingindo todos
os segmentos, mas se mostrou mais intenso entre as empresas de Infraestrutura, que reportaram
piora na carteira de contratos. Desde outubro do ano passado, a confiança tem oscilado entre
altos e baixos sem conseguir recuperar o pico alcançado naquele mês. Um destaque importante
em maio foi a melhora do indicador de atividade, que vinha mostrando desaceleração e alcançou
o melhor patamar no ano. Por outro lado, o acesso ao crédito teve a pior avaliação desde julho do
ano passado, resultado de um cenário de mais restrição da oferta de financiamento”, observou
Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.
Índice de Confiança da Construção
(Dados de mai/13 a mai/23, dessazonalizados)
A queda do ICST, neste mês, foi influenciada tanto pelo Índice de Situação Atual (ISA-CST) quanto
pelo Índice de Expectativas (IE-CST). O ISA-CST caiu 1,8 ponto, para 92,5 pontos, mesmo patamar
de maio do ano passado. Os dois indicadores que compõem o ISA-CST também caíram: o indicador de situação atual dos negócios recuou -1,2 ponto, para 91,5 pontos, menor nível desde maio de
2022 (89,7 pts.); e o indicador do de volume de carteira de contratos, cedeu 2,3 pontos, para 93,6
pontos, menor nível desde fevereiro de 2022 (90,0).
Do lado das expectativas, o IE-CST recuou 1,1 ponto, para 95,6 pontos, influenciado principalmente
pela queda de 1,4 ponto do indicador de tendência dos negócios. Já o indicador de demanda
prevista cedeu 0,8 ponto, para 97,3 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção ficou estável ao variar 0,1 ponto
percentual (p.p.), para 79,9%, maior desde agosto de 2014 (80,4%). O Nuci de Mão de Obra
permaneceu aos 81,0%, enquanto o Nuci de Máquinas e Equipamentos avançou 0,9 p.p., para
76,8%.
Demanda
Houve piora das expectativas em relação à demanda dos próximos meses tanto na comparação
mensal com ajuste, quanto na interanual. “Vale destacar que o cenário de taxas de juros elevadas
e maiores dificuldades com o crédito contribuiu para o crescimento do pessimismo. O percentual
de empresas que indicou que haverá crescimento nos próximos meses diminuiu, mas ainda assim,
supera o de queda: 26,4% contra 9,3%, observou”, Ana Castelo.
Demanda prevista
(% de assinalações, série com ajuste)
A edição de maio de 2023 coletou informações de 606 empresas entre os dias 02 e 24 deste mês. A
próxima divulgação da Sondagem da Construção ocorrerá em 27 de junho de 2023.