Brasil registrou um estoque 47.341.293 postos de empregos formais, conforme o último levantamento do Novo Caged, referente a janeiro de 2025.
O CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) é um sistema do governo federal que registra as admissões e desligamentos de trabalhadores com carteira assinada no país.
Desde janeiro de 2020, ele foi substituído pelo Novo CAGED, que faz parte do eSocial e inclui dados mais detalhados sobre o mercado de trabalho formal.
O Novo CAGED organiza as informações do mercado de trabalho formal em cinco grandes setores econômicos, que refletem as atividades das empresas e dos trabalhadores. A distribuição setorial segue a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e é distribuídas em: Industria, comércio, serviços, construção e Agropecuario.
O maior estoque de empregos formais ficou com o setor de serviços, seguidos por comércio, indústria, construção e o setor agropecuário.
O setor do agropecuario registrou um estoque de 1.832.120 postos de trabalho. Dentro do setor, existe subdivisões, classificadas por: agricultura, pecuária, serviços relacionados, pesca e produção florestal. A partir delas, existem outras ramificações.
A pecuária é a divisão que mais emprega, seguido por Produção de Lavouras temporárias, Produção de Lavouras Permanentes, Atividades de apoio à agricultura e pecuária, Produção florestal, Horticultura e Floricultura, entre outras.
Na região Bragantina, a cidade com maior destaque é Bragança Paulista, seguida por Atibaia, com praticamente o mesmo estoque.
Município | Estoque |
Bragança Paulista | 1657 |
Atibaia | 1652 |
Joanópolis | 228 |
Piracaia | 227 |
Nazaré Paulista | 97 |
Bom Jesus dos Perdões | 50 |
Atibaia emprega mais pessoas na subdivisão de Horticultura e Floricultura, seguida por pecuária, atividades de apoio à agricultura e à pecuária, produção de Lavouras Permanentes, produção de Lavouras temporárias entre outras.
Em Bragança Paulista, o estoque de empregos se concentra em Horticultura e Floricultura, seguida por pecuária, produção de Lavouras Permanentes, atividades de apoio à agricultura e à pecuária, produção florestal, produção de Lavouras temporárias entre outras.
Para os outros municípios da região, nota se a mesma vocação para a Horticultura e Floricultura, a atividade pecuária.
Este mesmo levantamento mostra, que para o mês de janeiro de 2025, no município de Atibaia o número de admissões se deu maior para pessoas do gênero masculino, de escolaridade de fundamental completo, com idade de 18 a 24 anos. Em Bragança, os número foram maiores para a admissão de homens, porem com ensino médio completo, com idade na faixa de 40 a 49 anos.
Outros atores compõe a força de trabalho no campo, eles por muito das vezes não figuram as estatísticas oficiais, entre eles, os trabalhadores informais, diaristas, “meieiros” e “porcenteiros”.
Os “meieiros” trabalham em sistema de meação, ou seja, dividem meio a meio (50%) a produção com o dono da terra. Os “porcenteiros” por sua vez recebem uma porcentagem variável da produção, que pode ser menor ou maior que 50%, conforme o acordo feito com o dono da terra. Diferente dos arrendatários, que pagam um valor fixo pelo uso da terra (aluguel), os meieiros e porcenteiros não pagam um valor direto, mas compartilham a produção.
A incidência destes agentes é muito vista na região bragantina e de importância inestimável, são eles os responsável por boa parte dada produção de alimentos.
A valorização desta força de trabalho é essencial para garantir a continuidade da produção agrícola e o desenvolvimento sustentável do campo. A fixação do homem no meio rural depende de uma série de fatores, como acesso a tecnologia, capacitação profissional e infraestrutura de qualidade. Além disso, a diversificação da economia no campo, por meio da agroindústria, do turismo rural e da produção agroecológica, pode abrir novos postos de trabalho e oferecer oportunidades atraentes para as novas gerações.
Para que o jovem tenha interesse em permanecer no campo, é fundamental que ele enxergue perspectivas de crescimento pessoal e profissional. Isso passa pela modernização da atividade rural, pelo uso de inovação e pela oferta de incentivos que tornem o ambiente rural mais atrativo e competitivo. Somente assim será possível garantir a continuidade da produção agrícola, fortalecer as comunidades rurais e assegurar um futuro promissor para o setor.
Com um trabalho estruturado de fortalecimento do setor agropecuário na região Bragantina, estima-se que a geração de novos postos de trabalho possa crescer entre 10% e 20% nos próximos anos, considerando os dados atuais do Novo CAGED e o potencial de expansão produtiva. Isso representaria a criação de aproximadamente 180 a 360 novos empregos formais no setor, sem contar o impacto indireto no comércio, turismo rural e serviços.
A ampliação da agroindústria, a valorização dos produtos típicos da região – como café, linguiças, flores, morangos, méis e queijos –, além do fortalecimento dos renomados haras e da criação de gados, ovinos, caprinos e peixes, pode gerar oportunidades tanto para mão de obra qualificada quanto para pequenos produtores e trabalhadores informais.
Com um planejamento estratégico bem executado, a região Bragantina pode não apenas consolidar-se como referência no agronegócio, mas também impulsionar a economia local, garantindo a permanência de novas gerações no campo e promovendo um desenvolvimento sustentável e inclusivo.

Gabriel Sola é Produtor Rural, Especialista em Agronegócio pela USP/ESALQ, formado em Direito pela Universidade São Francisco de Bragança Paulista e graduando em Engenharia Agronômica pela Universidade São Francisco de Itatiba. Dentro do Poder Executivo, foi Secretário de Agricultura durante a gestão 2021-2024, ocupou interinamente a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e esteve à frente da Coordenadoria Municipal de Emprego e Renda de Atibaia de 2019 a 2020. Foi Membro eleito do Conselho Municipal da Juventude no biênio de 2014/2016. Além do setor público, acumula também vasta experiência no setor privado.