Atualmente muitas pessoas conhecem ou já ouviram falar em resiliência, ou seja, a psicologia explica que é a capacidade de resistência ao choque, à adversidade. E que esta é uma competência que os profissionais precisam ter para ter sucesso.
Em minha opinião, principalmente para ser empreendedor no Brasil é necessário ser resiliente, porém esta não é a principal habilidade que temos que ter para prosperar.
Você sabe a diferença de resiliência e antifragilidade?
O conceito de antifrágil surge com a publicação do livro “Antifrágil: Coisas Que Se Beneficiam Com o Caos”, de Nassim Nicholas Taleb. Ele é um autor, ensaísta, estatístico, e analista de riscos líbano-americano, matemático de formação.
Para explicar esta diferença primeiramente vou explicar dois outros conceitos importantes:
– Frágil: aquilo que se quebra com muita facilidade ao sofrer um impacto.
Exemplo: copos de vidro ou pessoas que se abalam com notícias ruins ou dificuldades e desistem facilmente.
– Robusto: aquilo que resiste a impactos e não se quebra, resiste a ação. Exemplo: aço, diamante ou pessoas duras que não se deixam abalar mas não evoluem, pois não constroem experiências internas de aprendizado
– Antifrágil: aquilo que resiste absorve impactos e não se desestrutura e ganha com o impacto. Exemplo: animais que se camuflam ou seres humanos atacados por doenças e criam imunidade.
Uma pessoa resiliente é aquele que consegue suportar situações extremas, mas volta à posição normal quando elas terminam. Já o antifrágil é aquele que também consegue suportar situações extremas, mas consegue melhorar e crescer com elas.
Para continuar vou trazer mais um conceito, a Lógica do Cisne Negro, de Nassim Taleb que fala sobre as consequências trazidas por eventos aleatórios e inesperados. Sua obra aborda mais especificamente a armadilha que é darmos mais importância para o que conhecemos, ao invés de nos prepararmos para o imprevisível.
Os líderes, empreendedores e empresários de sucesso são mentalmente fortes, conseguem segurar as dificuldades quando aparecem os cisnes negros. Quando acontecem os eventos atípicos, enquanto a maioria das pessoas se desesperam, eles conseguem ficar tranquilos, resolver e aprender com as dificuldades.
Toda desgraça é acompanhada de uma tragédia, toda coisa ruim que acontece pode ficar pior e você precisa estar preparado, e se por ventura acontecer algo melhor, ótimo! Mas se não acontecer a sua mente tem que entender que pode acontecer mais alguma coisa e por esta razão temos que ter uma mente blindada.
Nós empreendedores, líderes, pais, filhos, esposas, maridos, companheiras e companheiros temos que ser antifrágeis nos momentos de adversidade e que não são esperados. Vivemos “cisnes negros” o tempo todo, o maior exemplo foi o coronavírus em 2020, a guerra da Ucrânia, nos últimos tempos. Ou o nosso filho que brinca, cai e quebra uma perna, ou em nossa empresa é o colaborador que pede demissão ou o produto que tinha maior visibilidade e possibilidade de venda e que de repente deixa de ser interessante para o nosso cliente.
Vou contar a história chamada “A virada dos 37”, a minha consultoria de desenvolvimento humano e organizacional fundada em 2016 no ano de 2020 ela faturou em 6 meses R$ 37,00. Neste período o único produto que vendi foi um exemplar do meu livro “A Arte de Brilhar”, quase fali e só não aconteceu em primeiro lugar por causa de Deus e em segundo em função do meu planejamento financeiro.
Em junho daquele ano quando vendi este livro, me apeguei a ele e prometi para mim mesmo que superaria as dificuldades. O meu maior erro na empresa foi não ter uma área comercial estruturada, com métricas, indicadores e falta de visão. Contratei um mentor nesta área para me ajudar com o diagnóstico, implementação de processos, desenvolvimento de indicadores, revisão de produtos e principalmente me ajudou a ser uma vendedora ou melhor uma verdadeira mulher de negócios!
Hoje tenho muito orgulho de falar que além de fazer um excelente trabalho, também sei vender e para quem me conhece sabe que empreender foi e é um desafio diário. Não nasci em família empreendedora, meu pai foi contador e até hoje quando as coisas não vão tão bem ele me pergunta se eu não vou voltar a ser CLT.
E como sempre falo que tudo é possível por meio de treino e repetição, foi a partir deste “cisne negro” que nasceu a Shida & Penillo Consultores Empresariais Associados. Nossa missão é fazer crescer empresas, através de seus colaboradores. Somos guiados pela transparência, responsabilidade, resultados e excelência. Fazemos através de consultorias, palestras, treinamentos e mentorias.
Finalizo aqui deixando abaixo algumas dicas para vocês se tornarem antifrágeis:
- Saiba que sempre existirão vales e picos;
- Identificar a emoção e o sentimento te ajuda a responder sem reagir;
- Responder a emoção te abre possibilidades de acolher o aprendizado em forma de experiência vivida;
- Busque no passado situações parecidas com o cenário desafiador;
- Crie opções e tome decisões, ouvindo sábios, usando o CHA, e analise a escolha pelos norteadores estratégicos;
- Tranquilize as pessoas e conduza o processo de aprendizado;
- Buscar a resposta da experiência com a pergunta “Qual é o aprendizado?”.
Conte para mim nos comentários você se considera frágil, robusto ou antifrágil?
Akemi Shida é diretora Geral da AS Consultoria de Recursos Humanos e possui mais de 18 anos de experiência em empresas como Itaú, Globo e FTD Educação. Psicóloga por formação, possui MBA em Gestão Estratégica de Negócios e pós-graduação em Psicodrama Sócio Educacional, além de formação em coaching executivo, life coaching e career coaching pelo Integrated Coaching Institute.
Especialista em liderança, planejamento de carreira, desenvolvimento humano e organizacional, atua como trainer e palestrante pela Abrain – Academia Brasileira de Inteligência. É master trainer pelo Instituto Mentor Coach e foi uma das profissionais de RH responsáveis pela primeira
certificação ISSO 9001 no continente africano, em Angola. Palestrante e escritora, é coautora de três livros: “A Arte de Brilhar”, “Desperte sua Melhor Versão” e “120 Sacadas para a vida pessoal e profissional”.
Me considero antifragil, porque aprendi a lidar com a adversidade muito cedo, que nem o amor não pode ser quente e nem frio, de forma a manter o ponto de equilíbrio emocional.
Parabéns pelo texto.
Forte abraço.