O inverno chegou e sempre fazemos uma análise de que este frio que nos assola, também afeta muitos que moram ao nosso redor.  Com os termômetros em queda livre, nos lembramos de um gesto simples, mas poderoso: doar roupas, cobertores, edredons, luvas e toucas. O frio aperta e para muitas pessoas em situação de vulnerabilidade, um agasalho em bom estado pode ser a diferença entre uma noite difícil e uma minimamente suportável.

Mas não estamos falando de doar qualquer coisa, precisamos pensar em ajudar, sempre com respeito, e tudo começa pela qualidade daquilo que oferecemos. Roupas rasgadas, sujas ou inutilizáveis não aquecem ninguém, nem o corpo, nem o coração. Uma doação deve ser um ato de empatia, não um descarte disfarçado.

É comum guardarmos peças que não usamos há anos, por pura inércia ou apego. Aquele casaco esquecido no fundo do armário pode estar fazendo falta em outra casa ou até mesmo nas ruas. E quando nos dispomos a abrir espaço, tanto físico quanto emocional, algo acontece dentro de nós. Uma faxina no guarda-roupa é também uma faxina mental. Organizar a casa nos dá a sensação de controle, leveza e renovação.

E isso não é só percepção: estudos comprovam que atitudes como o desapego material e a doação têm impacto direto em nosso bem-estar. Uma pesquisa publicada no Journal of Consumer Psychology mostrou que pessoas que se desfazem voluntariamente de bens materiais experimentam níveis mais altos de felicidade e senso de propósito. Já outro estudo da Universidade de Harvard reforça que atos de generosidade ativam áreas do cérebro relacionadas ao prazer, liberando dopamina, o famoso “hormônio da felicidade”.

Ou seja, quando doamos, o bem não é apenas para o outro. Ele volta para nós em forma de satisfação, gratidão e equilíbrio. A doação é um ciclo virtuoso que começa em nossas mãos, passa por outra vida e retorna ao nosso próprio coração.

Neste inverno, antes de comprar algo novo, que tal revisitar o que você já tem? Reserve um tempo para olhar suas roupas com atenção. Reúna aquilo que está em bom estado, mas não tem mais utilidade para você. Casacos, calças, cobertores, meias e sapatos fechados, tudo isso é valioso quando as noites são geladas e os recursos escassos.

Diversas instituições, igrejas, escolas e grupos comunitários recebem doações e fazem a distribuição direta. Muitas vezes, basta perguntar na farmácia da esquina, no supermercado do bairro ou até na portaria do prédio, alguém sempre sabe de alguma campanha acontecendo.

Lembre-se: solidariedade é uma forma prática de amor. E ela se manifesta nas pequenas decisões, como aquela de abrir o armário e pensar no outro. No fim das contas, aquecer alguém também aquece a nossa própria vida.

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