Para executivo do setor, cenário pode refletir também uma ampliação na rede de distribuição dos marketplaces, que propicia diminuição de custos de entrega e agilidade na chegada do produto ao seu destino
Desde a pandemia, o crescimento do comércio digital está em aceleração. Só este ano no estado de São Paulo, 67% da população já fez compras pela internet. O dado é da pesquisa “Hábitos de consumo pela internet 2023-2024”, divulgada pela Fundação Seade. Os resultados apontam uma consolidação do comércio eletrônico em São Paulo no biênio e revelam um fato curioso, o crescimento do consumo online tanto em municípios de até 20 mil habitantes quanto no conjunto do interior, que passa a se equiparar aos observados para os residentes na capital paulista.
Em 2023, essa prática foi mais comum entre os usuários da capital paulista em relação à média do interior, no entanto, em 2024, essa diferença deixou de existir. Este ano, a proporção de consumidores nessas cidades é de 75% e alcança um índice superior ao do Estado (67%) e das cidades com mais de 500 mil residentes (68%).
“Este maior índice em cidades menores indica uma mudança nos hábitos, como o deslocamento para compras em cidades maiores, além do próprio crescimento do e-commerce. Esse cenário pode refletir também uma ampliação na rede de distribuição dos marketplaces, que propicia diminuição de custos de entrega e agilidade na chegada do produto ao seu destino“, explica Rodrigo Garcia, diretor-executivo da Petina Soluções em Negócios Digitais, startup especializada em gestão de vendas online via marketplaces.
Comportamento do consumidor
Entre os produtos mais comprados na internet estão os eletrônicos e eletrodomésticos, citados por 88% dos consumidores – sendo que 41% afirmam comprar sempre e 47% o fazem eventualmente. Outras categorias citadas na pesquisa como mais compradas online estão os cursos, com 52% dos entrevistados e produtos de turismo (passagem aérea, pacotes de viagem ou alugar carro ou imóvel de férias pela internet), com 59% dos consumidores online.
As compras de moda também estão cada vez mais sendo digitalizadas. No Brás, por exemplo, considerado um dos maiores polos de moda do País, desde o final do ano passado a Petina está liderando o processo de digitalização dos lojistas. “Por meio de parceria com o Mercado Livre, abrimos um escritório no principal shopping do Brás e estamos promovendo a digitalização dos lojistas da região, levando tecnologia para que o varejo físico migre de forma sustentável para as vendas digitais via marketplace“, conta Garcia.
No ano passado, um levantamento feito pela Octadesk em parceria com a Opinion Box, apontou que o principal motivo do crescimento das compras online está relacionado com descontos encontrados: 73% dos consumidores afirmam preferir o e-commerce por encontrarem preços mais baixos do que em lojas físicas. Além disso, 72% disseram que optam pela modalidade pela praticidade de comprar sem sair de casa e 69% pelas promoções que só se encontram na internet.
“Para os empresários, o e-commerce permite uma maior flexibilidade e economia de custos e essa economia se reflete nos preços repassados aos consumidores. Estes, por sua vez, são atraídos também pela comodidade, diversidade de produtos e facilidade de pagamento. Além disso, estar dentro de um grande marketplace garante maior segurança nas operações“, finaliza Garcia.