Ainda que a engenharia seja um campo predominantemente masculino, a presença das mulheres vem crescendo nos últimos anos
Mulheres ganham espaço na engenharia
A participação feminina na engenharia tem aumentado gradativamente. Dados dos 27 Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs) mostram que, em 2019, apenas 12% dos registros profissionais eram de mulheres. Esse percentual subiu para 14% em 2020 e chegou a 20% em 2023. Ainda assim, do total de 1,1 milhão de registros no sistema, apenas 200 mil pertencem ao público feminino.
A Engenharia Civil é a especialidade mais escolhida pelas mulheres. De acordo com o Censo da Educação Superior, entre as 25.934 concluintes dos cursos de engenharia em 2023, cerca de 8 mil (30%) optaram por essa área.
Desafios e conquistas no setor
Com cinco anos de formação, a engenheira civil Victória Cunha Fassioni, de 27 anos, atua como engenheira residente na construção do edifício Wellness Marista, da Sim Incorporadora, em Goiânia. Comanda uma equipe de 29 trabalhadores, sendo apenas duas mulheres.
“Sempre fui muito determinada e nunca pensei que pudesse ser subjugada por ser mulher. No início, percebia que alguns encarregados trocavam mais ideias com estagiários homens, mas isso é uma barreira cultural que está mudando”, afirma Victória.
O peso da responsabilidade
Para a engenheira, a maior diferença entre a vida acadêmica e o mercado de trabalho é a responsabilidade. “O engenheiro responde por tudo que acontece na obra, desde cálculos até a gestão de pessoas e materiais”, explica.
Apesar dos desafios, Victória ressalta o dinamismo da profissão como um fator motivador. “Gosto de ver uma obra crescer do zero e de comandar equipes que têm funções essenciais para o projeto”, conclui.