“Dia D” é uma forma muito nossa conhecida, que pretende ressaltar a importância de uma determinada data. A expressão foi notabilizada, por ter sido usada pelos combatentes aliados, na 2ª Guerra Mundial, para se referir, secretamente, ao dia 6 de junho de 1944, quando haveria (como de fato houve) o desembarque daquelas forças, nas praias da Normandia (França), com objetivo de encerrar a dominação alemã no Oeste da Europa. Com o sacrifício de muitas vidas, foram vitoriosos.

Em nossos dias, felizmente sob condições muitíssimo menos trágicas, teremos um “novo Dia D” – o próximo12 de dezembro! Dessa vez, o pano de fundo não é uma guerra, mas a ansiedade dos agentes econômicos e políticos, para conhecer os nomes dos escolhidos para compor as diversas pastas do governo eleito, algumas delas que, por sinal, serão “novas”. Naquela data, por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a partir das 14h, ocorrerão as diplomações do Presidente e Vice-Presidente da República eleitos para os mandatos que serão iniciados em 1º. de janeiro do próximo ano.

Além da evidente importância da data, ela passa a ser referência para o anúncio das equipes do próximo governo. Algumas informações serão aprovadas por Suas Majestades, os mercados, outras não merecerão esse selo. Ao anunciar que somente revelará suas escolhas a partir da diplomação, o presidente eleito ganha um pouco mais de tempo, junto à opinião pública e evita eventuais turbulências nos mercados, afinal, já é sabido que há os nomes merecedores de “aprovação” e aqueles que não a têm e não a terão. Não é difícil imaginar que, além dos aspectos técnicos, os políticos poderão ser considerados – exemplo disso seria anunciar nome(s) que sejam simpáticos aos mercados, para mitigar os efeitos de eventuais reprovações.

Especulações à parte, resta-nos aguardar o Dia D tupiniquim, isto é, o próximo dia 12. Para quê? Não só para saciar curiosidades, mas para que nossos planejadores tenham mais consistências em seus cenários prospectivos, a partir dos perfis dos escolhidos. Enquanto a importante data não chega, continuaremos assistindo aos movimentos especulativos dos mercados, a cada vez que um ou outro nome é ventilado. “PEC do estouro”, reformas, relações externas, política ambiental, política de saúde e outras questões permanecerão em ebulição, ainda por algum tempo. Faz parte? Sim, mas não é saudável, pois se há os players beneficiados, há os que muito perdem, mas não por falta de competência, necessariamente. Em mercados de alta volatilidade, a sorte pode ter sua importância relativa ampliada, o que não me agrada.

Finalmente, muito se trata das expectativas com relação ao nome do(a) condutor(a) da economia brasileira, mas penso que não devemos nos limitar a essa questão, apesar de sua inequívoca relevância. Todas as equipes são importantes isoladamente e, ainda mais, em seu conjunto.

E que o Brasil volte a seu Uno, assim mesmo, com “U” maiúsculo!

Até breve!

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