Conforme uma pesquisa da empresa de consultoria e gestão, McKinsey & Company, empresas com diversidade étnica e racial têm 35% mais chances de ter rendimentos acima da média do seu setor. Ainda de acordo com a pesquisa, organizações com diversidade de gênero têm 15% mais chances de ter rendimentos acima da média.

Primeiramente vou trazer o conceito de DE & I (diversidade, equidade e inclusão) para ficarmos todos na mesma “página”. Diversidade é a variação entre os itens de um dado ambiente ou categoria, tudo aquilo que apresenta pluralidade e que não é homogêneo. O universo é caracterizado pela diversidade, sendo uma das características principais da vida: variação de espécies animais e vegetais e dentro de cada espécie. Aqui iremos ressaltar o conceito de diversidade como a formação de grupos de pessoas, de acordo com suas diferenças e semelhanças que as definem. É o conjunto de características culturais, biológicas, sociais e econômicas que nos tornam únicos.

Equidade significa dar às pessoas o que elas precisam para que todos tenham acesso as mesmas oportunidades.

Inclusão é criar condições para que as pessoas de determinado grupo que antes não tinham acesso àquele ambiente sintam-se respeitadas e autônomas.

Nas últimas décadas cresceu a percepção de que a diversidade e a inclusão não só é inevitável, mas também desejável, porque torna as sociedades mais ricas, criativas e produtivas. Igualmente se percebeu que as organizações também mais e mais ampliam a diversidade internamente e que isso traz vantagens significativas. Nesse contexto, é fundamental, para governos, empresas e pessoas, aprender a lidar bem com a diversidade.

Organizações ajustam-se ao ambiente. Os objetivos maiores de uma organização são sobreviver e crescer. Para isso, as organizações têm de dar respostas satisfatórias às demandas do ambiente em que operam. Deste retiram os recursos e insumos necessários a cumprir sua missão. Como o ambiente é cada vez mais diversificado as organizações têm de incorporar a diversidade e produzir para atendimento de expectativas diversificadas.

De acordo com a pesquisa da empresa Pulses e Nohs Somos, participaram 60 empresas, totalizando 6.609 respondentes em setembro de 2020. Foi abordado quatro dimensões: Diversidade (avalia a percepção do time de colaboradores sobre a existência da Diversidade na empresa); Inclusão (avalia a percepção sobre reconhecimento,  inclusão, respeito e oportunidades em condições de equidade e igualdade); Aspectos culturais (mede a percepção do time sobre o quanto a inclusão da diversidade é valorizada na cultura da empresa por meio de políticas e práticas) e a dimensão Representatividade (analisa a percepção sobre a inclusão dos grupos minoritários na empresa). Dos respondentes, 62,46% se autodeclaram brancos; 24,60% pardos, 8,14% pretos e os demais 4,8% são de outras raças/etnias ou não responderam. Em relação à idade, 44,95% dos respondentes estão entre 26 e 35 anos, 26,89% de 36 a 45 anos, 18,40% de 18 a 25 anos e 9,45% acima de 46 anos, revelando uma população de adultos jovens. Quanto à religião os respondentes estão distribuídos entre as religiões católica (38,32%), evangélica (21,08%) e espírita (10,91%).

Foram feitas outras pesquisas relacionadas a identidade de gênero, orientação sexual e de pessoas com deficiência. Ao analisar estes dados percebemos como é imprescindível as empresas praticarem a diversidade, primeiramente para criarem um ambiente de trabalho positivo, de benevolência e colaboração, onde as diferenças são necessárias, enriquecedores e lucrativas. E quando falamos de lucratividade, segundo um estudo da McKinsey & Company, empresas com equipes mais diversas têm 35% mais chances de ter um desempenho financeiro acima da média de sua indústria. Com uma equipe diversa cognitivamente, a empresa é capaz de entender melhor as necessidades e os desejos dos clientes, antecipar suas expectativas e fornecer soluções criativas e inovadoras que atendam a uma ampla gama de clientes.

Líderes, dirigentes, pessoas que estão no comando nas organizações, quaisquer que sejam os nomes de cargos – supervisores, gerentes, diretores – têm responsabilidades maiores com relação à diversidade. Têm, entre suas tarefas, a missão de criar e promover a diversidade, de acordo com as diretrizes de suas organizações. Paralelamente têm a oportunidade de construir equipes mais criativas, engajadas, produtivas, através da maior diversidade. 

Um líder obtém resultados através de outras pessoas, da sua equipe. As equipes tendem mais e mais a serem caracterizadas pela diversidade doravante, seja por evolução natural da sociedade e influência do ambiente, seja por diretriz da empresa, seja por determinantes de lei. Assim, quem está na liderança precisa:

Dar o bom exemplo de aceitação, valorização da diversidade;

  • Administrar de tal modo a compor uma equipe diversificada;
  • Obter o máximo de produtividade de equipes diversificadas.
  • Gerir bem na diversidade requer que a liderança:
  • Adotar critérios igualitários e justos de seleção de pessoas, distribuição de tarefas e responsabilidades, avaliação de desempenho e promoção;
  • Contribuir para que os resistentes quanto à diversidade mudem – e tenham oportunidade de crescer;
  • Solucionar conflitos decorrentes da diversidade e crie um ambiente de harmonia e cooperação.

A diversidade traz benefícios para as empresas, para as lideranças e para os profissionais de todas as áreas.

Benefícios para a empresa:

  • Maior capacidade de inovação;
  • Maior volume de ideias, com maior grau de diferenciação;
  • Visões diferentes dos problemas e alternativas de solução;
  • Compreensão maior dos diferentes grupos de clientes;
  • Competitividade maior na batalha de atrair talentos;
  • Melhor qualidade nas decisões;
  • Maior satisfação do pessoal;
  • Melhor imagem global.

Benefícios para as lideranças:

  • Os mesmos benefícios das empresas, no âmbito das equipes;
  • Equipes mais criativas e satisfeitas;
  • Melhores resultados, justificando mais o papel da liderança.

Benefícios para profissionais em geral, líderes ou não:

  • Ajuste ao mundo de diversidade – inevitável;
  • Aprendizado;
  • Produtividade;
  • Qualidade de vida.

Quando percebemos que uma empresa, local ou qualquer grupo tenham algum tipo de ação discriminatória, devemos denunciar para a área de compliance ou os órgãos pertinentes. No artigo anterior falei da importância destas áreas nas empresas para cada vez mais mitigarmos os riscos de ainda existirem ambientes tóxicos que não promovam a diversidade.

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