Por várias décadas as emoções foram negadas e até banidas do ambiente corporativo como sendo maléficas à carreira de um profissional. Até meados dos anos 80 os “altos executivos” das companhias tratavam o tema das emoções com descrédito e até ridicularizando as situações dos que tinham a coragem de exprimir sentimentos no âmbito profissional.

O discurso de que emoções podem atrapalhar decisões, análises e até os resultados se perpetuam até hoje, mas agora mascarado com outra roupagem. Hoje não falamos sobre como respeitar nossas emoções, mas como controlá-las através da inteligência emocional, comunicação não violenta, mindfulness, terapia e, se precisar, por que não o uso de remedinho pra ansiedade? O que importa é conseguir treinar o colaborador para que ele seja uma pedra de gelo e consiga só se dedicar ao trabalho no horário comercial. Certo? Não, muito errado.

É impressionante como o mundo corporativo, em sua maioria, acredita que o sentimento de vulnerabilidade é algo depreciativo, como uma crise de choro é sinal de fraqueza, como uma preocupação é encarada como imaturidade e como uma mãe preocupada com a febre de um filho que está em casa é visto como falta de foco ou despreparo para uma promoção.

O luto, a falta, o medo, a insegurança e até a raiva são partes de um sistema de representação, sensação e respostas às nossas experiências, ou seja, fundamentais e inerentes à nossa vontade, pela lógica: “uma maneira de ser que é intrínseca ao Ser”.

Seja numa situação de primeira liderança, um cargo novo, uma mudança de chefe, uma perda da família, uma doença, uma alegria, excitação, não importa, a grande maioria das mudanças de contexto nos despertarão emoções e, sim, elas ainda fazem parte das nossas vidas.

Se você quer realmente ter uma carreira de êxito, deve entender que você deve tratar suas emoções como parte do sistema de representação e percepção diante de um contexto.

Obviamente não estou dizendo que devemos nos deixar levar pela agonia ou alegrias sem fim, mas que é preciso acolher, refletir e agir (nesta ordem) para que suas experiências sejam mais ricas e empáticas.

Sim, estou dizendo a você que tem medo, que não dorme a noite por preocupação, que chora por uma conquista, que se desespera por uma demissão, que se exalta em alguns momentos, sim, você é NORMAL, HUMANO e deve ser respeitado.

Sentir é estar vivo, é estar presente, é se importar de fato com aquilo que está sendo feito.

Qual foi a última vez que você se emocionou com algo em seu trabalho e teve que “segurar” para não demonstrar isso na frente dos colegas?

Quem nunca se segurou para não desabar no trabalho, para não ser taxado de algo deletério?

Isso é realmente necessário? Qual ser humano mentalmente saudável é composto apenas de razão?

Experimente ter contato com suas emoções e observe como sua carreira se enriquece à cada experiência.

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