Espero que os Srs. e suas famílias tenham iniciado este ano da maneira mais próxima do que considerem “excelente”.

A imprensa brasileira tem nos oferecido informações suficientes para testar nosso sistema nervoso, no que se refere à política, economia e questões sociais mais específicas. O foco desta coluna, como sabido, é a Economia; por extensão, comentam-se, aqui, temas que lhe sejam relacionados. Então, honrando esse contrato, o que se pode esperar, para o curto prazo?

Instabilidade é palavra predominante em minha nuvem e isso não me parece bom. Refiro-me a uma situação que possa ser considerada “uma nota acima” do que poderia ser identificada como “normal”. Historicamente, temos visto que nosso Presidente e seu entorno trazem consigo a polêmica. Não tenho motivos para pensar que, desta vez, será diferente. Desejo que um processo de amadurecimento de quem foi eleito pelo povo possa ter seus efeitos sentidos por todo nós, nos negócios e no bem-estar, em termos gerais – desejo, mas não me sinto confiante, ainda! Ao escrever “ainda”, deixo claro meu sentimento de que as coisas poderão melhorar, sim, mas no 2º. semestre. Temo que, nesta primeira metade do ano, ainda assistamos a muitos  “bombeiros”, lutando bravamente para controlar incêndios aqui, ali e acolá.

Impossível não perceber algum ruído na comunicação entre o presidente Lula e Roberto Campos Neto, presidente do nosso Banco Central (BC), que, sob meu ponto de vista, tem sido bastante elegante nas suas tentativas de mitigar algum desconforto. Não vejo como construtivos, comentários recém-feitos pelo Presidente da República, sobre autonomia do BC e, pior, sobre condução de política monetária. Os mercados não são, em qualquer parte do mundo capitalista, alheios às palavras de personagens mais relevantes, a exemplo dos dois que acabo de citar. As reações são imediatas e notadas em movimentos do câmbio, do mercado de capitais e dos investidores (sejam eles efetivos ou potenciais, internos ou externos), movimentos importantes para definições, como a inflação e o PIB. A qualidade das relações institucionais é extremamente influente na saúde da economia, portanto, deveria merecer mais cuidado de agentes cujas vozes despertam mais interesse e, consequentemente, mais consequências. Ao mesmo tempo em que percebo melhora nessas relações, ainda tenho alguns temores, a exemplo do que ocorre com o ex-combatente, que se assusta ao ouvir fogos de artifício em uma comemoração, exatamente porque esteve em uma guerra.

Há janelas azuis no céu brasileiro! A agenda ambiental de nosso país tem merecido excelentes expectativas, por parte da comunidade internacional. Ponto para o Brasil! Essa pauta vale ouro, quase que literalmente e, nela, começamos muitíssimo bem. E as outras agendas?

Recentemente, assistimos à eclosão de uma questão relevante (preferi não escrever “fato relevante”) no mercado de capitais brasileiro, com alcance muito além-fronteiras, por conta de dificuldades enfrentadas por uma gigante de nosso mercado varejista. Melhor teria sido que isso não acontecesse agora (agora, pior, mas não seria bom em tempo algum), mas aconteceu.

Na próxima quarta-feira (25), esta coluna encerrará seu Ano 1. Agradeço este primeiro ano com vocês, leitores. Eu ficarei muito feliz se continuar contando com sua companhia, no segundo ano, e, ainda mais, se puder receber suas contribuições (dúvidas, sugestões e outros comentários). Também é hora de agradecer à Equipe JVN, diligente e, sobretudo, paciente, com este colaborador que, eventualmente, “contribui”, também, com alguns problemas. Muito obrigado, Parceiros!

Até breve!

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