Relatório ainda indica que 5 dos 10 maiores e-commerces do Brasil são asiáticos, com meio bilhão de tráfego
O comércio eletrônico brasileiro segue sendo transformado pela ascensão dos e-commerces asiáticos, com destaque para a Temu. De acordo com o Relatório Setores do E-commerce no Brasil, a plataforma chinesa teve um grande impacto no setor de importados. A categoria do varejo eletrônico foi a que mais cresceu no último ano, conquistando 134 milhões de novos visitantes em 2024.
O segmento registrou um impressionante aumento de 68% nos acessos no último ano, a maior taxa entre os setores, à frente de Presentes & Flores (26%) e Farmácia & Saúde (7%). Em janeiro de 2024, a categoria contabilizava 197 milhões de visitas mensais; um ano depois, esse número saltou para 331 milhões – também houve crescimento mensal, um avanço de 15% em relação a dezembro de 2024, ficando atrás apenas da alta sazonal na área de Educação (30%).
A grande responsável por essa expansão foi a Temu, que contribuiu com 92% da alta do setor. No comparativo anual, o efeito Temu se destaca ainda mais. A plataforma chinesa, que chegou ao Brasil em maio de 2024, registrou um aumento de 11.000% em seu tráfego em um ano – saindo de 1,2 milhão de visitas para impressionantes 142,9 milhões em janeiro de 2025.

Relatório Setores do E-commerce no Brasil/2025
5 dos 10 maiores e-commerces do Brasil são asiáticos
O domínio dos e-commerces asiáticos no Brasil está cada vez mais consolidado. Desde novembro, Shopee (2º), Temu (4º), Samsung (6º), Shein (8º) e AliExpress (10º) ocupam metade do ranking dos dez sites de comércio eletrônico mais visitados do país.
Juntas, essas plataformas somaram mais de 639 milhões de acessos no mês, representando cerca de 40% do tráfego total do top 10 do e-commerce brasileiro.
Entre as gigantes, a Temu segue como protagonista, apresentando um crescimento de 38,5% em apenas um mês – com um acréscimo de 39,5 milhões de visitas em comparação com dezembro de 2024.
A Shopee, segunda colocada no ranking geral, mantém uma base de usuários estável, com 243,8 milhões de acessos em janeiro de 2025. Já a Shein, oitava colocada, registrou 80,3 milhões de visitas no mesmo período. Enquanto isso, o AliExpress fechou o ranking com 70,2 milhões de acessos, mostrando uma leve recuperação após meses de queda.

Relatório Setores do E-commerce no Brasil/2025
Educação, Livros & Papelaria foi o setor que mais cresceu em janeiro
Com a volta às aulas, o setor de Educação, Livros & Papelaria cresceu 30,3% no mês de janeiro. Essa costuma ser a melhor época do ano para o setor, que agora tem um novo líder.
O Gran Cursos Online subiu uma posição no top 10 e chegou ao 1º lugar – além de ser o principal responsável pelo crescimento do setor no mês. O maior crescimento percentual foi o da Descomplica, que cresceu 86,8% na comparação mensal e chegou à 7ª posição no top 10.
Os setores de Presentes & Flores e Pet também tiveram um ótimo janeiro, alcançando o melhor desempenho dos últimos 13 meses. A Gocase foi uma das principais responsáveis pelo crescimento de Presentes & Flores, com 1,9 milhão de acessos a mais do que em dezembro – registrando um crescimento mensal de 49%.
Análise Complementar: a ascensão da Temu e o impacto nos concorrentes
A análise dos dados revela que a chegada da Temu ao Brasil não apenas impulsionou o setor de importados, mas também provocou mudanças significativas no comportamento dos consumidores e na concorrência direta entre os marketplaces asiáticos.
- Impacto na Shopee e AliExpress: Apesar do crescimento da Temu, a Shopee ainda mantém uma posição sólida como a segunda plataforma mais acessada no Brasil. No entanto, o AliExpress, que já foi um dos maiores representantes do setor de importados, apresentou uma tendência de queda, com uma recuperação tímida em janeiro de 2025.
- A diversificação da Samsung: Além de ser uma marca globalmente reconhecida, a Samsung se destaca no ranking dos e-commerces mais acessados do Brasil, ocupando a sexta posição. Isso indica que a empresa sul-coreana vem fortalecendo sua presença no comércio digital do país.
- A recuperação da Shein: Após quedas em alguns meses, a Shein parece ter estabilizado seu tráfego, indicando que os consumidores seguem engajados com a plataforma de moda.
Com um crescimento acelerado e um domínio cada vez maior dos e-commerces asiáticos no Brasil, o cenário digital do país segue em transformação, exigindo que concorrentes locais e internacionais se adaptem a um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo.