Por que visibilidade sem estratégia não impulsiona reputação nem gera oportunidades concretas

Por Juliano Marchesine

No cenário atual, em que a presença digital é praticamente mandatória para qualquer profissional que deseje se manter competitivo, um erro frequente compromete a efetividade do LinkedIn como ferramenta de crescimento: a confusão entre estar visível e ser, de fato, relevante.
 

Manter um perfil atualizado ou publicar com frequência pode até gerar engajamento pontual, mas não garante autoridade, tampouco resultados concretos. Estar presente na plataforma é apenas o ponto de partida. Relevância, por outro lado, é o que transforma esse canal em um ativo estratégico de reputação e negócios.
 

LinkedIn: meio, não fim

Parte dessa confusão nasce de uma leitura equivocada sobre o papel da plataforma. O LinkedIn não deve ser tratado como um troféu ou vitrine estática. Ele é um meio — e não um fim. Uma ferramenta viva, em constante atualização, que exige intenção clara e posicionamento coerente. É, antes de tudo, um palco para construção contínua de autoridade.
 

Ser relevante é fazer com que cada elemento do seu perfil trabalhe de forma estratégica a favor dos seus objetivos profissionais. Isso exige que haja consistência entre o que se comunica, o que se entrega e o que se pretende alcançar.
 

A intencionalidade por trás da influência

Segundo dados do próprio LinkedIn, perfis personalizados e atualizados têm 21 vezes mais visualizações e 36 vezes mais chances de receber mensagens diretas. Mas o que realmente diferencia um profissional que ocupa espaço com relevância de outro que apenas se mantém presente é a intenção estratégica por trás da sua comunicação.
 

Isso se reflete desde a escolha da foto de perfil até o conteúdo das publicações. A imagem transmitida conecta com o público que se deseja atrair? O título e a descrição do perfil representam o momento atual ou ainda estão presos ao passado? As postagens refletem os temas que o mercado valoriza hoje ou apenas agradam a uma audiência que não se alinha mais à sua trajetória?
 

Ser estratégico no LinkedIn passa por curadoria. Não se trata de publicar o que se gosta, mas sim o que faz sentido para os objetivos de carreira e para as dores da audiência que se deseja engajar. Isso exige não apenas clareza na comunicação, mas, sobretudo, uma escuta atenta do que o mercado consome e valoriza.
 

Conteúdo com propósito gera autoridade

Estudo recente da Edelman em parceria com o LinkedIn aponta que 64% dos decisores de negócios confiam mais em profissionais que compartilham conteúdo relevante do que na publicidade institucional das empresas que representam. Isso reforça a noção de que a autoridade individual, quando bem construída, tem mais impacto do que qualquer campanha corporativa tradicional.
 

A autoridade digital, nesse contexto, não se resume à autopromoção. Ela é resultado de uma estratégia que integra reputação, conhecimento e clareza de propósito. E se tornou um diferencial competitivo real. Em muitos casos, um perfil bem estruturado na plataforma pode abrir mais portas que um novo diploma ou uma certificação de prestígio.
 

Mais do que curtidas

A relevância no LinkedIn é uma construção intencional e de longo prazo. Não é sobre agradar a algoritmos, mas sobre se tornar referência em um campo de atuação. É isso que gera conexões valiosas, conversas relevantes e oportunidades concretas de carreira.
 

Estar presente é o mínimo esperado de qualquer profissional hoje. Mas é a relevância — a capacidade de ocupar espaço com propósito e coerência — que move a carreira para frente. Em tempos de excesso de informação e escassez de atenção, a autoridade construída com estratégia se tornou o capital mais valioso que um profissional pode cultivar.

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Juliano Marchesine é economista formado pelo Insper, professor de Create New Ventures na Link School e fundador da Backstage Estratégias Digitais. Atua como investidor e mentor de startups, com foco em validação de problemas e desenvolvimento de produtos usando métodos ágeis.

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