Por: Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank

O fechamento da semana foi marcado pela recuperação do Ibovespa após quedas recentes, e desaceleração da inflação que ficou abaixo do esperado em outubro

O Ibovespa alcançou 120 mil pontos, que representa uma recuperação das quedas recentes. Essa recuperação se deve principalmente por conta do  IPCA/inflação que veio abaixo do esperado e pela valorização do petróleo nos mercados internacionais.

O mercado de ações brasileiro também está sendo bastante impactado pelos resultados do terceiro trimestre. A Petrobras (PETR4), em particular, reflete uma queda de cerca de 42% no lucro líquido entre julho e setembro, comparado ao mesmo período do ano anterior. A estatal também anunciou a distribuição de R$ 17,5 bilhões em dividendos.

Diante das projeções divulgadas pelo relatório Focus no início desta semana, observamos que as projeções indicam uma estabilidade na inflação para este ano, com uma previsão de 4,63%. Embora tenha havido um leve aumento nas estimativas para 2024, permanecemos dentro de margens controláveis. Essa estabilidade é crucial para a confiança dos investidores e para as operações de câmbio, pois a volatilidade na inflação pode impactar diretamente as taxas de câmbio.

No âmbito da Taxa Selic/juros, a expectativa de manutenção em 9,25% para o final de 2024 é um sinal positivo. Taxas de juros estáveis proporcionam um ambiente previsível e facilitam o planejamento financeiro principalmente de investidores, importadores ou exportadores.

Quanto ao PIB, as projeções de crescimento em 2,89% para 2023 são animadoras. O crescimento econômico está intrinsicamente ligado às operações cambiais, pois uma economia em expansão impulsiona o comércio internacional.

No campo do câmbio também há estabilidade. A manutenção das projeções é de R$ 5 para o final de 2023, R$ 5,05 para 2024 e R$ 5,10 para 2025.

Em resumo, as projeções divulgadas esta semana mostram estabilidade nas taxas, a previsibilidade nas expectativas de inflação e o crescimento econômico projetado contribuem para um ambiente propício aos negócios.

Câmbio

O dólar acompanha a descompressão do prêmio de risco no exterior, após subir na sessão de ontem (9) impulsionado pelas declarações de Powell inclinadas à alta de juros nos EUA, que foram recebidas como “hawkish” (duras), uma semana após o presidente do banco central americano indicar que o ciclo de aperto monetário atual está próximo do fim.

Perto das 12h, o dólar à vista tinha baixa de 0,26%, a R$4,9229, enquanto os contratos futuros cediam 0,27%, a R$4,933. 

Ainda, divulgado nesta manhã (10), o IPCA de outubro mostrou desaceleração da inflação para 0,24%, abaixo do consenso, de 0,29%. O indicador também veio melhor do que o esperado em base anual, o que estimula a leitura entre investidores de que a inflação está controlada e o BC seguirá com o ritmo de cortes da Selic.

Embora a informação seja positiva para os juros futuros, a perspectiva de novos cortes da Selic tende a provocar a valorização do dólar, já que tira a atratividade do investimento local frente a economias desenvolvidas por reduzir o diferencial de juros. Com o movimento mais acomodado da moeda americana nesta manhã no exterior, porém, o real encontra força para se valorizar contra o dólar.

*Luiz Felipe Bazzo é CEO do transferbank. O executivo também já trabalhou em multinacionais como Volvo Group e BHS. Além disso, criou startups de diferentes iniciativas e mercados tendo atuado no Founder Institute, incubadora de empresas americanas com sede no Vale do Silício. O executivo morou e estudou na Noruega e México e formou-se em administração de empresas pela FAE Centro Universitário, de Curitiba (PR), e pós-graduado em finanças empresariais pela Universidade Positivo.

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