É comum que no dia a dia muitas empresas tratem os termos ‘reputação’ e ‘imagem’ como sinônimos – para prejuízo da saúde de suas marcas. E não me refiro a marcas de produtos apenas, mas sim à marca institucional. Porque o nome da empresa chega antes de qualquer produto ou serviço que ela ofereça – é ele que vai gerar a confiança (ou falta dela) em relação a tudo que saia daquela organização.

E o primeiro passo para que uma empresa firme posição no mercado – seja ele qual for – é entender a diferença entre esses dois termos. E ainda há um terceiro, que dá origem a ambos: a identidade.

Tudo começa com a identidade corporativa – e esta pode (deve!) ser planejada. E aqui cabe um jargão muito importante para gestores em geral: “falhar ao planejar é planejar a falha”. Isso mesmo.

Então vamos tentar entender:

IDENTIDADE: é o que está na essência da empresa. Seus valores, crenças, ideologia, filosofia de vida, aquilo no que ela acredita – e que, portanto, vai determinar seu comportamento. A identidade nasce de seus fundadores e/ou principais gestores e refere-se aos princípios organizacionais (Missão, Visão e Valores). E se expressa por meio da declaração desses princípios e também por seu nome, logomarca e slogan.

IMAGEM: é a percepção pública (ou seja, dos públicos dessa empresa) e imediata a cerca da identidade manifestada. Podemos entender então que a Imagem é a projeção da Identidade:

*Baseado na obra de Gaudêncio Torquato.

Imagine nessa figura que o homem é a identidade da empresa e a sombra projetada é sua imagem. E ainda é possível fazer mais um exercício de imaginação e pensar que o sol é a forma como a empresa conduz sua comunicação com seus públicos: se estiver alinhada com a identidade, será uma projeção perfeita. Se não estiver, o resultado será uma imagem totalmente distorcida.

Mas e a REPUTAÇÃO? Esta é construída ao longo do tempo, pela observação dos seus públicos estratégicos da empresa sobre seu comportamento. De forma bem resumida, não adianta uma empresa lançar um lindo slogan expressando compromisso com a diversidade e no dia a dia desprestigiar colaboradores e clientes por questões de gênero, raça ou religião. A imagem imediatamente projetada por uma campanha publicitária até poderá enganar por pouco tempo os mais distraídos – mas não há ‘maquiagem midiática’ que resista à reputação que fatalmente resultará da observação continuada sobre o que aquela empresa efetivamente faz.

E em um mundo onde a internet e as redes sociais estão literalmente por toda parte, em cada pessoa com um celular na mão o tempo todo e em todos os lugares, qualquer deslize pode ser fatal.

Assim sendo, é melhor garantir um comportamento condizente com uma identidade fruto de objetivos conscientes, bem planejados e muito bem comunicados por meio de campanhas dirigidas de relacionamento com cada público formador de opinião. E isso é uma missão para a área de Relações Públicas da organização.

Nos próximos artigos falaremos sobre os diversos públicos estratégicos – ou seja, capazes de formar opinião e assim construir a reputação da empresa. Exemplos? Colaboradores, investidores, fornecedores, governo, credores, a comunidade no entorno da empresa, a imprensa…. e tantos outros. E também sobre as muitas formas de conduzir um relacionamento saudável e uma comunicação eficiente com cada um deles. Vamos juntos!

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